UJS aprova resoluções importantes em plenária nacional
No embalo das manifestações de junho a União da Juventude Socialista (UJS) reuniu entre a segunda (15) e o domingo (21), na cidade de Juquitiba, interior de São Paulo, 380 militantes de todo o Brasil em curso de formação. Ao final, uma grande plenária nacional foi realizada onde resoluções importantes foram aprovadas como a realização do 1º Encontro de Jovens Feministas da entidade e o apoio à democratização da mídia.
Publicado 23/07/2013 17:37
Foto: divulgação UJS
Entre a segunda e a sexta-feira (19) ocorreu o curso de formação da UJS. Dividido em 4 turmas, três turmas de nível 2 e uma turma de nível 3, a atividade teve inicio com uma aula do presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, sobre a realidade política brasileira. Para Rabelo, as manifestações de junho foram muito importantes para criar uma nova correlação de forças que a presidenta Dilma não tem no congresso nacional, e que a mesma deve aproveitar esta correlação favorável para impulsionar a realização das reformas estruturais, como a reforma política e a dos meios de comunicação.
O curso buscou discutir à luz da atual realidade a teoria marxista-leninista, divididos em quatro temas: filosofia, Estado/Classes, Socialismo e Identidade Nacional. Dessa forma, os alunos puderam debater todos os conceitos, bem como o papel da UJS na luta pelo socialismo.
Passados os dez anos de governo progressista (somados os dois mandatos do governo Lula e os dois primeiros anos do governo Dilma), o Brasil se transformou positivamente, entretanto, ha muito para feito, as transformações agora devem ter mais profundidade e isso não correrá de maneira pacífica. Para o diretor de formação da UJS, Edilson Cavalcante, “muitos interesses que até então estavam sendo conciliados, como a especulação financeira e a manipulação dos meios de comunicação terão de ser enfrentados”. Por isso, para o dirigente, realizar um curso de formação com quase 400 militantes de todo o país é tão importante. “Precisamos nos preparar para as próximas batalhas”, concluiu o diretor de formação da UJS.
Plenária nacional aponta novos desafios
Em seguida ao curso de formação, teve inicio a plenária da UJS, instância deliberativa mais importante depois do congresso dos jovens socialistas. Leia as resoluções aprovadas:
Carta Dinah
I Encontro de Jovens Feministas da UJS
Contra o estatuto nascituro e cura gay
Democratização da mídia
Quero Copa
Memoria verdade e justiça
Moção contra o machismo
Moção de apoio aos militantes da UJS Capixaba
Novos desafios foram lançados para manter a juventude mobilizada por transformações mais profundas na sociedade. Dos objetivos aprovados na plenária nacional, quatro se destacam com muita força: a luta pela democratização da mídia, a luta pela memória e verdade sobre os crimes da ditadura militar, a desmilitarização da policia militar e a nova campanha de filiação.
A luta pela liberdade de expressão ganha força no Brasil. As recentes denúncias de sonegação de impostos por parte da Rede Globo de televisão e, a grotesca manipulação de todos os meios de comunicação nas recentes manifestações de junho, reoxigenam esta luta e lhe dão novo impulso de massas, por isso, a UJS lançou a campanha “Não nascemos para o silêncio”, que pretende recolher 100 mil assinaturas para o PlipCom (Projeto de lei de iniciativa popular de mídia democrática), e desta maneira impulsionar a luta pela democratização dos meios de comunicação.
Memória e desmilitarização das polícias militares
A luta pela memória e verdade é mais um desafio dos jovens socialistas. Só resgatando a memória e punindo os torturadores que vamos fechar a ferida aberta em nossa sociedade e torná-la mais democrática. Por isso, convocaram atos pela troca de nomes de ruas, praças e viadutos batizados com nomes de militares para nomes de guerrilheiros e militantes mortos na ditadura.
Outro desafio a ser superado é o modelo de policia militar que remonta a repressão e violência do período sombrio da ditadura militar e que tem como alvo cotidiano o extermínio de jovens negros e pobres das periferias. A UJS lança campanha pela desmilitarização das policias militares.
Jovens feministas
As mulheres representam 50% da população brasileira, do eleitorado e da população economicamente ativa (PEA). No entanto, essa proporção não se reflete nos espaços de poder. Só esta desigualdade pode justificar as recentes aberrações que tentam impor comportamentos conservadores, como o Estatuto do Nascituro, que tramita no Congresso Nacional. Por isso, a UJS vai realizar na primeira quinzena de dezembro 1º Encontro Nacional de Jovens Feministas para relançar um novo tempo na luta das jovens mulheres brasileiras.
Campanha de filiação
Por fim, também foi aprovada a campanha “Quer mudar o Brasil? Não fique só na vontade. Filie-se a UJS!”, que pretende chegar aos 30 mil filiados até o dia 22 de setembro deste ano, data em que a UJS comemora seus 29 anos e iniciará as comemorações rumo aos 30 anos da entidade, completados em 2014.
Para André Tokarski, presidente nacional da UJS, “um novo ciclo de mobilizações foi inaugurado no Brasil e as forças organizadas devem apresentar as saídas necessárias, saídas que modifiquem profundamente as estruturas arcaicas do Estado brasileiro”, para que isso ocorra, “é preciso manter-se mobilizado, não pode haver descanso, a juventude quer mais e cabe a união da juventude socialista catalisar este sentimento apresentando o socialismo como a única alternativa para a juventude” concluiu Tokarski.
Fonte: UJS