Camponeses e mineiros colombianos mantêm greve 

O Catatumbo colombiano continua paralisado há cinco semanas, em meio a protestos de camponeses e  levantes sociais, aos quais se somou o setor da mineração, cujo primeiro dia de greve deixou dois mortos.

Em um comunicado difundido na última quarta-feira (17), o Comitê Nacional do Paro Mineiro denunciou que duas pessoas morreram, uma delas por um ataque cardíaco ao inalar gás lacrimogêneo lançado pelo Esquadrão Móvel Antidistúrbio no departamento (estado colombiano) de Risaralda.


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Os enfrentamentos mais fortes foram no corregimento de Irra, onde foram feridas doze pessoas e pelo menos 40 crianças foram hospitalizadas pelo efeito dos gases.

"O Comitê Nacional do Paro Mineiro repudia firmemente a cruel repressão do protesto que levam a cabo milhares de mineiros em todo o país pela nefasta e antinacional política liderada por Juan Manuel Santos", afirmaram os trabalhadores do setor no comunicado.

Os mineiros artesanais de 80 municípios de 18 regiões do país mantêm várias estradas bloqueadas, entre elas as que comunicam Manizales-Medellín e Cali-Buenaventura, exigindo títulos para a formalização de pequenas e médias empresas, segundo meios de difusão locais.

Por outro lado, os mais de 16 mil camponeses em greve desde 11 de junho no Catatumbo, departamento do Norte de Santander, continuam firmes em uma mobilização que se converteu, até hoje, na mais longa e complicada do Governo de Santos, segundo analistas.

Os agricultores ratificaram sua decisão unânime de não sair das estradas até que o Estado dê soluções a suas reivindicações, entre elas a criação de uma Zona de Reserva, a aplicação de um plano piloto para a substituição gradual dos cultivos e subsídios para mitigar a crise alimentar.

A possibilidade de retomar a mesa de negociação entre os líderes agrários e as autoridades governamentais, após três tentativas frustradas, continua em questão, enquanto diversos setores políticos, organizações sociais e a Defensoria Pública pedem que o diálogo seja retomado e que as partes cheguem a um entendimento.

O governo coloca a liberação das vias como condição para retomar as conversas. O próprio presidente Juan Manuel Santos afirmou, em uma declaração pública, que não ia permitir que as Zonas de Reserva fossem impostas ao governo e também que sua mão não tremeria na hora de agir com firmeza.

Na última quarta(17), os congressistas Iván Cepeda e Angela Robledo chegaram a Tibú, onde se concentram a maioria dos manifestantes, para tentar mediar os diálogos no meio das contínuas repressões da força pública que somente nesse município conta com dois mil efetivos.

Estamos dispostos a acompanhar e proteger os camponeses da arbitrariedade, pois seria terrível que se repitam alguns fatos nos quais mais vidas humanas sejam perdidas, apontou o parlamentar em coletiva de imprensa.

A mobilização no Catatumbo, que começou de maneira pacífica, deixou um saldo de quatro camponeses mortos e mais de 50 feridos.

Fonte: Prensa Latina