Camponeses colombianos denunciam militarização da região 

Os camponeses do Catatumbo, em greve há sete semanas, denunciaram nesta quarta-feira (17) a militarização da região por parte do governo colombiano, que suspendeu na véspera os diálogos com os agricultores.  

Militarização do Catatumbo - Colômbia

O correspondente da TeleSUR na Colômbia, Vladimir Carrillo, informou que o departamento do Norte de Santander (noroeste) chegaram pelo menos cinco mil efetivos da força pública. 

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Ele disse ainda que os funcionários poderiam estar esperando uma ordem do Executivo para desalojar as vias ocupadas por agricultores que exigem atenção governamental após anos de abandono.

O governo insiste que os agricultores desbloqueiem as vias, mas como repetiram desde o início dos protestos, farão quando consigam avançar em algumas de suas exigências.
Através de um comunicado divulgado na véspera pela agência de notícias colombiana Prensa Rural, os agricultores destacaram que decidiram de maneira unanime rechaçar a proposta do presidente Juan Manuel Santos de despejar totalmente a estrada Cúcuta-Tibú.

“A mobilização se manterá até que o Estado chegue a acordos reais e efetivos que solucionem a emergência social e econômica do Catatumbo”, indicaram os agricultores que haviam expressado seu desejo de diminuir a tensão as vias para permitir a passagem das caravanas humanitárias.

Os camponeses esperavam que o Executivo se comprometesse em pelo menos dois acordos, uma rota para a declaração de uma zona de reserva principal imóvel das autoridades e subsídios para as vítimas da erradicação violenta dos cultivos ilícitos.

Em declarações para a imprensa do vice-presidente, Argelino Garzón, assegurou que seu governo colocou seu empenho, mas “os camponeses perderam a oportunidade e portanto não haverá mais diálogos no Catatumbo”.

Durante uma entrevista exclusiva para a TeleSUR, um membro da Associação Camponesa da Colômbia, Eliécer Morale, assegurou que novamente o Estados demonstra a pouca vontade que tem para escutar os pedidos dos agricultores.

Neste sentido, adiantou que está previsto que o campesinato continue firme e siga mobilizado até que o governo os escute. “No próximo 19 e 20 de julho haverá uma mobilização em muitos setores do país para apoiar os camponeses do Catatumbo”.

Como ocorreu outras vezes, os manifestantes temem represálias por parte da polícia, o exército e esquadrão móbil anti-distúrbio e pediram garantias em caso de que queiram desalojá-los à força. O protesto na zona do departamento do Norte de Santander deixou quatro camponeses mortos e mais de 50 gravemente feridos.

Após a ruptura do diálogos na última quinta (11), depois de três tentativas, os protestos continuaram em Tibú e outros municípios da zona.

Fonte: TeleSUR