Queda do PIB mostra problemas na economia 

 A retração da economia brasileira em maio foi pior do que esperavam os analistas financeiros das principais instituições bancárias do país. Os indicadores, pressionados pela fraqueza da produção industrial, mostram que a recuperação da atividade, de fato, ainda não deu sinais consistentes.

O IBC-Br é uma forma de avaliar e antecipar a evolução da atividade econômica brasileira. O índice incorpora informações sobre o nível da atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária. O acompanhamento do indicador é considerado importante pelo BC para que haja maior compreensão da atividade econômica.

O resultado anulou a alta vista em abril, quando houve crescimento de 0,96%, número revisado ante avanço de 0,84% divulgado anteriormente. E também foi bem pior que a mediana das 17 projeções de analistas consultados pela agência inglesa de notícias Reuters, que mostrava queda mensal de 0,90% em maio. As estimativas variaram de quedas de 1,60% a 0,30%.

Na comparação com maio de 2012, o IBC-Br avançou 2,61% e acumula em 12 meses alta de 1,89%, ainda segundo o BC. O desempenho da indústria exerceu forte peso sobre a economia em maio, uma vez que recuou 2% ante o mês anterior principalmente com a piora nos bens de capital, uma medida de investimentos.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), registrou queda de 1,4% em maio ante abril, de acordo com dados dessazonalizados, informou o BC nesta sexta-feira (12)

As vendas no varejo, por sua vez, não conseguiram atenuar o efeito negativo da indústria, já que mostraram estabilidade em maio ante abril, destacando a debilidade do consumo no país, abalado pela inflação alta, num setor que vinha sendo o motor da economia.
As expectativas do mercado para a expansão do PIB já deixaram para trás há tempos o patamar de 3%, e pesquisa da agência de notícias, divulgada na semana passada, mostra projeção de crescimento de apenas 2,3% este ano, ante 3,1% na pesquisa publicada em abril.

Ao mesmo tempo, na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou em 0,5 ponto percentual o juro básico do país para 8,50% ao ano, diante da necessidade de combater a inflação elevada.

Previsão

No início da semana, analistas de instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) previram, pela oitava semana seguida, que o crescimento da economia seria menor este ano. Desta vez, a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – passou, neste ano, de 2,40% para 2,34%. Para 2014, também houve redução na estimativa, pela terceira semana consecutiva, de 3% para 2,8%.

A estimativa para a expansão da produção industrial foi ajustada de 2,49% para 2,34%, este ano, e de 3,2% para 3%, em 2014. A projeção das instituições financeiras para a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB segue em 35% para este e o próximo ano. A expectativa para a cotação do dólar subiu de R$ 2,15 para R$ 2,20, ao fim de 2013, e de R$ 2,20 para R$ 2,22, ao fim de 2014.

Correio do Brasil