AIEA debate em São Petersburgo futuro da energia atômica
As perspectivas do desenvolvimento e segurança do átomo pacífico foram os principais temas de debate na conferência internacional "Energia Atômica no século 21", que se realiza em São Petersburgo sob a égide da AIEA. Tomam parte no fórum delegados de mais de 80 países. Entre eles estão presentes tanto funcionários do mais alto nível, como dirigentes de companhias do ramo.
Por Artiom Kobzev, na Voz da Rússia
Publicado 27/06/2013 19:35
Segurança é a palavra chave para todos os participantes do fórum. Cada um dos que tomam a palavra nesta conferência salienta que, justamente a segurança no século 21 é o conceito mais importante na esfera do uso do átomo de paz. E isto não surpreende.
Depois dos acidentes na Central elétrica atômica de Tchernobil e Fukushima 1, para o homem comum a energia atômica é associada, em primeiro lugar, com catástrofes de envergadura e vítimas humanas. No entanto os especialistas, ao falar de energia atômica, assinalam em primeiro lugar sua vantagem ecológica. Isto foi assinalado mais uma vez também pelo dirigente da empresa estatal russa do ramo, Rosatom, Serguei Kirienko.
"A energia atômica dá uma visível contribuição à solução das tarefas ecológicas no planeta. O simples cálculo, que foi feito, durante a discussão desenvolvida depois de Fukushima, mostra que as centrais atômicas reduzem a cada ano em muito o lançamento total de CO2 à atmosfera. Imaginemos que todas as centrais elétricas atômicas suspendam o trabalho ao mesmo tempo. Isto irá significar um lançamento anual complementar de 1 bilhão, 700 milhões de toneladas de CO2 à atmosfera."
Para o consumidor comum a energia atômica representa também contas de energia elétrica mais baixas. E para o Estado é uma garantia de desenvolvimento econômico. Isto foi lembrado pelo representante da delegação chinesa. Ele informou que depois do acidente na central elétrica atômica Fukushima 1, seu país não apenas não renunciou à energia atômica, mas também inaugurou 4 novos blocos. A China constrói atualmente mais 10 blocos. Para concretizar o "sonho chinês" — foi justamente esta tarefa que seu novo líder Xi Jinping, colocou perante o país — este necessita de fonte eficiente e ecologicamente limpa de energia. Teses semelhantes foram expressas por Serguei Kirienko.
"Sem energia atômica em futuro próximo é impossível garantir um abastecimento estável de energia no mundo. Isto se refere em primeiro lugar aos países que hoje têm os mais altos ritmos de crescimento econômico, mas com isto têm limitações de acesso a outras fontes de energia. Hoje é evidente que o acesso a uma fonte de energia segura, como é a energia atômica, é para muitos países a condição chave para um desenvolvimento estável."
Em tudo isto é reservado à Rússia um papel especial. Como considera o vice-primeiro-ministro Dmitri Rogozin, o país tem a "vacina de Tchernobil". Na prática isto significa que, "antes de mais nada e melhor do que tudo" os especialistas em energia nuclear russos entendem de questões da segurança. E isto, é claro, reflete-se tanto no estado das centrais elétricas atômicas dentro da própria Rússia, como em suas versões de exportação.
Falando das posições de liderança da Rússia na esfera da energia atômica, Dmitri Rogozin lembrou suas tradições científicas. No país formou-se há muito tempo uma escola muito forte de cientistas físicos. A Rosatom realiza regulamente concursos e olimpíadas para escolares, revelando desse modo os mais talentosos entre eles. Graças a isto atua no país um verdadeiro "vulcão de formação" de especialistas em energia atômica, concluiu Rogozin.