Ato emocionante marca lançamento da Mesa Vermelha em Brasília
“Em tempos de apologia ao individualismo e ao pragmatismo, ver esse filme é uma tarefa fundamental”, disse a deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), presidenta da Frente de Cultura do Congresso Nacional, ao assistir o documentário A Mesa Vermelha, lançado em Brasília, na terça-feira (18). O evento foi realizado pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados.
Publicado 20/06/2013 16:03
Luciana, requerente da sessão, encerrou o ato com lágrimas nos olhos e agradeceu pelo mergulho tão sensível num momento tão delicado da história brasileira. “É um filme denso, mas construído com muito cuidado, com muito zelo. É sempre emocionante esse reencontro com a história das pessoas responsáveis pela construção da democracia que vivemos hoje”, afirmou.
Após 1h17 minutos imersos no universo de 23 ex-presos políticos da ditadura militar em Pernambuco, suas lembranças, ideias e esperanças, os espectadores se entregaram à emoção e entre lágrimas e abraços elogiavam o trabalho da diretora Tuca Siqueira. “Seu filme deveria ser visto por todo esse Brasil”, disse um dos funcionários responsáveis pela técnica da exibição ao abraçar a cineasta.
“Esse filme chega ao público num momento em que é importante tirar o véu que cobre a verdade em nosso país, a juventude não conhece a nossa história e dentro do projeto Marcas da Memória nosso objetivo é divulgar ao máximo para que todo o povo a conheça”, explicou Lilia Gondim, idealizadora do projeto.
Para Sueli Benatto, vice-presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, o projeto Marcas da Memória é uma oportunidade para conhecer a história de uma geração responsável pela resistência à ditadura e pela instalação do processo democrático em que vivemos. “É com imenso prazer que o Ministério da Justiça participa dessa iniciativa para que não se esqueça e para que nunca mais ocorra o poder arbitrário de uma ditadura militar”, salientou.
O vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, também participou do evento. Ele é um dos protagonistas do documentário. “Todo povo tem necessidade de reler a própria história, compreender os períodos passados para extrair lições que sejam úteis aos dias atuais”, opinou.
Ele lembrou que não só os militantes foram vítimas da ditadura. “Se é verdade que nós tínhamos a cabeça a prêmio, também é verdade que nos 20 anos de ditadura quem mais sofreu foi o povo brasileiro privado das liberdades democráticas e tendo que amargar uma forma de desenvolver o país que semeou a miséria, a exclusão social e o desespero que infelicitou milhões de famílias”.
Agradecendo à Comissão de Cultura e à deputada Luciana, Tuca Siqueira acredita que o filme dialoga com o momento de protestos que passa o Brasil: “Sinto-me muito honrada em participar do projeto. Acho que todos nós crescemos ouvindo a história desses senhores que traz de volta valores políticos, de afeto, de motivação para ir às ruas defender uma bandeira”, explica.
A cineasta também dirigiu o filme Vou contar para os meus filhos, documentário sobre as mulheres, ex-presas políticas da ditadura.
Em breve será concluído mais uma etapa do projeto, com o lançamento do site onde todos os depoimentos estarão disponíveis integralmente, assim como os cinco debates realizados em torno da mesa vermelha.
Da Redação em Brasília
Fonte: Ass. Dep. Luciana Santos