OIT denuncia aumento da desigualdade nos países ricos
As desigualdades e o desemprego aumentaram na maioria dos países desenvolvidos, golpeados pela crise, mas tendem a se reduzir nos países emergentes e em desenvolvimento, revela um informe da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado nesta segunda-feira (3).
Publicado 03/06/2013 12:52
Na América Latina e no Caribe, a taxa de emprego melhorou em 2012 em um ponto percentual (57,1 no final de 2012) com relação aos níveis anteriores à crise (2007) e gerou um aumento da renda média, apesar de ainda haver desafios pendentes na região como o emprego informal e a persistente desigualdade, segundo o informe.
“Os dados apresentam uma evolução positiva em muitas regiões do mundo em desenvolvimento, mas mostram um panorama inquietante em muitos países com alta renda, apesar da recuperação econômica”, declarou Guy Ryder, diretor geral da entidade com sede em Genebra.
“A situação, em alguns países europeus em particular, começa a colocar em prova o tecido econômico e social”, acrescentou.
O informe indica que as desigualdades de renda se aprofundaram entre 2010 e 2011 em 14 das 26 economias avançadas analisadas, incluindo a dos Estados Unidos, França, Espanha e Dinamarca.
O relatório denuncia que, apesar da saída da crise, os aumentos salariais dos executivos e de lucros das grandes empresas dispararam.
O desemprego de longa duração tem piorado, assim como as condições de trabalho, e todos estes fatores erodem consideravelmente o nível de vida da classe média.
Na Espanha, as casas com renda intermediária representavam, no final de 2010, 46% do total. Em 2007, eram 50%.
Nos Estados Unidos, a renda dos 7% mais ricos aumentou em 2011-2012, no entanto, a renda de 93% restante diminuiu.
Na Alemanha e em Hong Kong, o salário médio de um presidente de grande empresa aumentou mais de 25% de 2007 a 2011, chegando a representar (no caso da Alemanha) de 150 a 190 vezes o nível do salário médio do país. Nos Estados Unidos, é 508 vezes superior.
Com La Jornada