Festa de Santo Antônio: Barbalha realiza a Noite das Solteironas
Neste sábado, 1/6, a Noite das Solteironas marca a véspera da Festa de Santo Antônio de Barbalha, onde 300 mil pessoas são aguardadas para o Cortejo de Grupos Folclóricos e o Carregamento do Pau da Bandeira, neste domingo.
Publicado 01/06/2013 09:51 | Editado 04/03/2020 16:28
Uma festa popular de tradição secular e repercussão nacional, atraindo turistas de diversos estados, amantes da cultura e de várias linguagens e expressões artísticas. É a primeira edição da festa após o reconhecimento de Barbalha, por lei estadual, como capital dos festejos de Santo Antônio
Em clima de entusiasmo reforçado pela beleza da decoração, pela hospitalidade dos moradores e pelo orgulho em manter a tradição, Barbalha já recebe milhares de visitantes neste sábado em que a Noite das Solteironas é o último grande evento antes do início oficial da Festa de Santo Antônio. Já a abertura da festa será realizada no domingo, 2/6, com o carregamento do Pau da Bandeira de Santo Antônio – um mastro de cerca de 23 metros e mais de duas toneladas, transportado ao longo de seis quilômetros nos ombros de 200 carregadores, como forma de penitência e tradição, até ser fincado no Patamar da Igreja Matriz.
Na Noite das Solteironas, uma multidão cai na paquera durante a quermesse animada por shows musicais, em busca de aproveitar as homenagens a Santo Antônio para, enfim, “sair do caritó”. Destaque para as simpatias realizadas por Dona Socorro Luna, personagem da cidade, a "grande solteirona", que prepara o chá da casca do Pau da Bandeira e os kits vendidos na Noite das Solteironas, para quem deseja reforçar ao Santo o pedido de um bom partido. “Já teve casamento do Oiapoque ao Chuí”, garante "Dona Corrinha", sempre requisitada para fotos na fachada de sua casa, com caracterização especial, e nas barraquinhas na quermesse.
Sempre se destacando na Festa de Santo Antônio, são vários os rituais e simpatias capazes, segundo os participantes, de “remediar” até mesmo os mais longevos “encalhados”, pondo fim à solteirice. A vontade de casar leva milhares de moças a participar da festa, tocando o Pau da Bandeira, sentando-se sobre ele e mesmo bebendo o chá produzido com pedaços da casca da árvore. Também não falta quem assine a bandeira com a imagem de Santo Antônio, para reforçar o pedido.
Já neste domingo, 2/6, às 9h da manhã, acontece a Missa na Igreja Matriz, seguida pelo cortejo de nada menos que 58 grupos folclóricos, um dos mais belos momentos da festa, com toda a diversidade e a riqueza cultural de Barbalha demonstrada em um grande encontro de mestres. Às 11h terá início o cortejo do Pau da Bandeira, que será transportado desde o Sítio Flores, até a sede do Município.
Ao longo dos 6 quilômetros – geralmente completados apenas no início da noite, quando o mastro é erguido em frente à Igreja Matriz, simbolizando que a cidade está em festa -, o carregamento do Pau da Bandeira é acompanhado por uma procissão de centenas de milhares de pessoas, em uma tradição que une elementos sagrados e profanos.
Viva! Barbalha agora é a capital!
"Este ano temos grandes diferenciais na Festa do Pau da Bandeira. A começar pelo reconhecimento de Barbalha como capital cearenses dos festejos de Santo Antônio, por lei estadual", destaca o secretário de Cultura e Turismo do município, Antônio de Luna, citando a lei 96/2012, de autoria da deputada estadual Fernanda Pessoa.
"Esta é a primeira edição da festa, depois desse reconhecimento oficial, que ajuda a engrandecer ainda mais o evento e a atrair maior repercussão", ressalta. Daí o tema da edição 2013 da festa: "Viva! Barbalha agora é a capital".
Livro e Exposição
Outras novidades são a abertura do Museu da Festa de Santo Antônio, fruto de um trabalho do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O museu abrigará a exposição "Pau do Santo, Festa de Fé", que será aberta ao público no dia 12 de junho, no Casarão que sedia a Secretaria de Cultura de Barbalha.
Na mesma data, será lançado o livro "Sentido da Devoção – Festa do Carregamento em Barbalha", também resultado de trabalho realizado pelo IPHAN.
A tradição do ritual profano que introduz as festividades em homenagem ao padroeiro de Barbalha se repete desde os anos 40 do século XVIII. Ação iniciada como ato de devoção e fé, em que os carregadores cumpriam promessas por graças alcançadas, o carregamento do pau da bandeira de Santo Antonio tornou-se um fenômeno cultural estudado por pesquisadores e intelectuais de várias partes do mundo, por ter se tornado uma “romaria” em que o simbolismo reunido em torno de um objeto de adorno a um Santo diminui as fronteiras entre sagrado e profano.
Fonte: Assessoria da Festa de Santo Antônio de Barbalha