Em dia da libertação, libaneses alertam para ameaças de Israel
O desastre da ocupação palestina (1948) não se transformou em desastre e miséria somente para a Palestina, mas atingiu também todos os árabes, assinalou neste sábado Seyed Hasan Nasralá, secretário geral do Movimento de Resistência Islâmica do Líbano, Hezbolá.
Publicado 25/05/2013 23:18
Por ocasião do aniversário da libertação do sul do Líbano da ocupação israelense, em 25 de maio de 2000, ción israelí, Nasralá declarou na rede de televisão libanesa Al-Mayadeen que o mundo do Islã há de cumprir seu dever histórico em sua luta contra o sionismo adotando medidas sérias e práticas a favor da nação palestina.
O dia 25 de maio de 2000 é um ponto de inflexão na história da guerra do Líbano e o regime de Tel Aviv, este regime ocupante foi obrigado a se retirar incondicionalmente do país árabe e a resistência libanesa libertou a maior parte dos territórios do sul do Líbano, sob ocupação israelense.
Quanto às ameaças israelenses contra o Líbano, Nasralá enfatizou que as autoridades sionistas pretendem violar o território libanês e se preparam para novas ações aventureiras na região, aumentando suas forças e equipamentos militares na fronteira.
Os libaneses devem estar de olhos abertos, mais do que antes, frente aos inimigos e a resistência dará, junto com o Exército, uma resposta contundente a qualquer agressão estrangeira e fará com que os violadores se lamentem por sua ação.
Em outra parte de suas declarações, Nasralá se referiu às últimas incursões israelenses contra a Síria acrescentando que o regime israelense está preocupado com o poderio da resistência na região e se esforça para debilitar a Síria. Por outro lado, ameaçando este país com a intervenção militar, na realidade desperta a resistência, que na sua opinião é mais poderosa do que antes, capaz de criar diversas frentes na luta contra o regime de Israel e de assestar-lhe golpes mortíferos.
O secretário geral do Hezbolá assegurou que a resistência está ao lado do governo popular sírio e não permitirá que o regime israelense pratique novas ações aventureiras na região.
Por último, referindo-se às conspirações dos Estados Unidos e do regime israelense contra os Estados nacionais da região, entre eles o Líbano e a Síria, insiste em que tratam de eliminar a resistência e desintegrar estes dois países para depois materializar seus planos nefastos e dominar toda a região. Contudo, diz Nasralá, a vigilância dos povos e dos governos poderá neutralizar as conspirações dos expansionistas para sempre.
Comemoração no Brasil
O 25 de maio foi comemorado com um ato solene na Mesquita do Brás, em São Paulo. Organizada pela Associação Beneficente Islâmica do Brasil (Abid), a atividade contou com a presença do Cônsul Geral do Líbano em São Paulo, Kabalan Frangieh, o Cônsul Geral da Síria, Ghassan Obeid, o vereador Adilson Amadeu (PTB), o secretário nacional de Comunicação do PCdoB e editor do Portal Vermelho, José Reinaldo Carvalho, o presidente da Fearab-SP, Eduardo Elias, entre outras lideranças brasileiras e da comunidade árabe em São Paulo.
O dia 25 de maio será sempre lembrado pelo povo libanês como o dia da libertação, quando a resistência popular e nacional derrotou o arrogante exército de ocupação do regime israelense. Com a expulsão dos ocupantes sionistas, o povo libanês pôs fim a 22 anos de ocupação, durante os quais mais de 20 mil libaneses perderam a vida. Como é de hábito, o exército israelense praticou massacres, sevícias e todo tipo de atentados aos direitos humanos e crimes de lesa-humanidade.
No dia 25 de maio os libaneses expressam seu legítimo orgulho nacional e alegria, principalmente nos antigos centros de detenção, verdadeiros campos de concentração, como o de Khiam, a prisão-símbolo da ocupação israelense e que se tornou o principal marco da resistência.
A história da ocupação do Líbano por Israel inicia-se em 1978. Após duros combates e a saída dos palestinos, Israel manteve uma zona de ocupação no sul do Líbano e em 1982 suas tropas voltaram a invadir o Líbano para combater a resistência árabe, chegando até a capital, Beirute.
Os massacres de Sabra e Chatila marcaram esse período. Uma retirada parcial, sob o fogo da resistência libanesa, só veio a ocorrer em 1985. Em 1993, Israel bombardeou o Líbano, matando 130 libaneses e, três anos depois, na operação intitulada Vinhas da Ira, morreram mais de 200 pessoas, sob o comando de Shimon Perez, que ironicamente foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz. Em 1999, sob o intenso fogo das operações militares da resistência libanesa, Israel se comprometeu a se retirar do Líbano até julho de 2000, antecipando sua saída para 24 de maio, fato que foi visto por muitos analistas, inclusive israelenses, como uma precipitação e uma derrota de Israel.
A retirada de Israel não foi completa, a região fronteiriça das fontes minerais de Cheeba foi mantida sob ocupação, os mapas de milhares de minas terrestres não foram entregues e, principalmente, as incursões aéreas e marítimas diárias não pararam, em clara afronta às resoluções da ONU e à independência e soberania do Líbano.
Em julho de 1006, a máscara do governo de Israel voltou a cair com sua guerra de agressão que não poupou civis, residências, escolas e estradas com bombardeios sistemáticos e incessantes durante 33 dias. Graças à resistência, Israel mais uma vez amargou uma contundente derrota.
O regime de Israel conta com o invariável apoio do imperialismo estadunidense, que aspira a controlar a região do Oriente Médio. Por isso, derrotar esse regime e esse imperialismo é tarefa de alta responsabilidade a que se propuseram a resistência libanesa e a palestina, o que faz com que o 25 de maio seja uma data celebrada não só pelo povo libanês, mas por todos os povos amantes da paz e da liberdade.
Com agências