"Os comunistas estão comprometidos em construir um novo Brasil"
"Ao avaliar os dez anos de governos progressistas e populares, além de esquadrinhar os ganhos, podemos ter maior clareza de quais decisões tomar para assim fazer do Brasil uma verdadeira nação", foi o que declarou Renato Rabelo, presidente Nacional do PCdoB, à Rádio Vermelho, durante mais uma gravação do programa "Palavra do Presidente", ao falar sobre a estratégia do Partido até a realização do 13º Congresso.
Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo
Publicado 07/05/2013 12:41 | Editado 13/12/2019 03:30
Esta edição do "Palavra do Presidente" foi gravada direto do Seminário Balanço de uma década de governo democrático e as bases de uma nova arrancada, que reuniu 600 quadros do Partido e foi realizado, entre os dias 4 e 5 de maio, em São Paulo, pela Fundação Maurício Grabois, em parceria com o Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Durante a entrevista, o líder comunista lembrou que o "Partido possui uma metodologia e uma concepção de que as ideias e a discussão teória e política faz parte, exatamente, da atividade partidária, daí o PCdoB sempre buscar entender a dinâmica. O PCdoB não existe sem o debate de ideias, sem o conhecimento profundo das questões candentes e, sobretudo, da definição de sua linha política, a compreensão do programa do Partido e o desenvolvimento desse programa é essencial não só para o próprio PCdoB, mas para oreintar nossa militância a atuar nos espaços de decisão", Renato.
Por que analisar a última década?
O presidente do PCdoB avalia que ao tomar a inicitiva de analisar os útilmos dez anos, o PCdoB não só passa em revista sua atuação no grupo, mas busca entender a conjuntura para pensar em propostas que ampliem esse processo. Ele lembra que essa é uma pratica contínua do Partido e a militância comunista não só entende como participa massivamente desses espaços.
"Nosso Partido foi coprotagonista desse processo de mudanças, iniciado em 1989 com a formação da Frente Brasil Popular, naquele momento esquadrinhávamos os primeiros passos para a jornada até 2002. De modo que não teríamos outro caminho se não o da organização, da avaliação dos ensinamentos e da construção de propostas que fortaleçam a luta e dê continuidade às mudanças. Isso é característico do nosso Partido, é assim que o PCdoB pensa", pontuou.
Renato enfatiza que o Brasil vive uma experiência inédita e a base que contribuiu para isso precisa estar preparada para os novos desafios.
"É preciso entender como o Partido atuou nesse período, como ele foi construído. É preciso entender quais foram os limites dessa construção, para aí saber como avançar. Tal avanço só se dará com muito estudo, debate, projeto e posição. Essa postura fortalece os comunistas e faz com que o Partido cresça com base, com conteúdo, e mais fará com que o PCdoB torne-se um partido maior, mais forte, mais influente", externou.
Por que avançar nas mudanças?
Ao falar sobre o papel do PCdoB no processo de aprofundamento das mudanças em curso, Renato Rabelo explicou que os comunistas reconhecem as contribuições dadas até aqui, mas sabem que a trajetória continua e que as forças de esquerda precisam estar preparadas. "Semeamos um novo Brasil, mas ele ainda precisa ser regado para gerar frutos", reflitiu.
Ele lembra que “o Brasil e um país complexo, que durante anos ficou refém de forças retrógradas e conservadoras. Nestes últimos 10 anos trabalhamos para romper com essa lógica, mas há ainda uma longa e complexa jornada. Acreditamos que a correlação de força, que compõe a base da presidenta Dilma, com a ampla participação social, será fundamental nessa jornada, que tem um único objetivo promover uma real transformação. Só haverá desenvolvimento quando houver impulso, e impulso se dá quando há distribuição de renda. E para nós isso é apenas o começo".
Pacto entre trabalho e produção
Para Renato, avançar nas mudanças significa valorizar os trabalhadores e modernizar o setor produtivo. “Todo avanço consiste em um avanço entrelaçado, que tenha no cerne a questão social, a distribuição de renda, a valorização do trabalhador, a modernização do parque produtivo e a soberania nacional. Não chegaremos a ter as estruturas necessárias para o avanço nacional, se não tivermos em mente a importância desses pontos. Não conseguiremos vencer os gargalos que brecam o desenvolvimento do país, se não pensarmos em propostas que tornem nosso país uma nação moderna e competitiva”, finalizou o líder comunista.
Ouça a íntegra do programa: