Piedad Córdoba: A paz é a luta contra a opressão no país
A ex-senadora Piedad Córdoba afirmou neste domingo (28) que o povo colombiano considera que a paz é mais do que o desarmamento e a desmobilização, é uma discussão sobre o sistema político, as garantias, a luta contra a opressão no país.
Publicado 28/04/2013 22:05
A ativista dos direitos humanos declarou à Prensa Latina que chegar aonde se chegou hoje é uma conquista da sociedade, da pressão e mobilização popular.
"Quando começamos as libertações de prisioneiros e reféns, todos se opuseram e nos perseguiram", disse. "Esta foi uma das razões pelas quais me destituíram do cargo de senadora por 32 anos, mas isto era o início e a busca de que se conquistasse este processo de diálogo", acrescentou.
Porta-voz do movimento Marcha Patriótica e Colombianos e Colombianas pela Paz, Córdoba é uma das mais de 1.200 pessoas que estão presentes em Bogotá no foro de participação política, um dos cinco pontos da agenda assinada em agosto de 2012 pelo governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP).
Em sua opinião, deste encontro sairão coisas muito importantes. Este foro demonstra que há também uma quantidade de organizações que exigem uma ampliação do poder neste país, participação e garantias.
"As pessoas querem falar, pedem que se mude o estado de coisas inconstitucionais como a miséria e a pobreza, a falta de garantias e a perseguição aos que abraçam teorias políticas diferentes", declarou.
O foro, que se encerrará na próxima terça-feira, é o segundo que se realiza por proposta do governo e da guerrilha. O primeiro se realizou em dezembro de 2012 e abordou a política de desenvolvimento agrário integral, um dos cinco pontos da agenda acordada por ambas as partes.
Naquela ocasião foram recolhidas mais de 400 propostas de 522 organizações e 18 setores.
As conversações, que contam com Cuba e Noruega como países garantidores e Venezuela e Chile como acompanhantes, se realizam sobre a base de uma agenda que inclui também o fim do conflito em si, o tema das vítimas e a solução para o problema das drogas.
Todas as intervenções serão enviadas em 20 de maio à mesa de conversações entre o governo e a guerrilha, que tem por sede o Palácio de Convenções de Havana, Cuba.
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