Trabalhadores dos Correios de São Paulo aprovam greve em maio
Os trabalhadores dos Correios e Telégrafos de São Paulo aprovaram, em assembleia, a realização de uma greve no 2 de maio. O objetivo é pressionar por uma maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e por melhorias nas condições de trabalho.
Publicado 10/04/2013 16:58
Durante a assembleia, conduzida por dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos de São Paulo (Sintect-SP), na quinta-feira (4), os trabalhadores apontaram problemas na forma como a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem decidido o pagamennto da PLR. Segundo o sindicato, a empresa tem decidido sempre de forma unilateral, critérios injustos.
“Ficou claro desde o início que a empresa não queria negociar nada. Usou diversas táticas para impor sua proposta”, destaca Elias Cesário, o Diviza, presidente do Sintect-SP.
O Sintect-SP afirma ainda que o sistema que a empresa quer adotar, o Gerenciamento de Competência e Resultados (GCR) possui critérios subjetivos, que depende do que da avaliação da chefia, que nem sempre é capacitada para a função.
Outro item rejeitado pela categoria é a parcela estratégica de 10%, que destina-se apenas aos chefes, gerentes ou diretores privilegiados.
Melhores condições de trabalho
Para o sindicato, todos os trabalhadores merecem o mesmo tratamento. “Os carteiros que enfrentam intempéries e bandidos para entregar as correspondências não são considerados estratégicos pela empresa. Nem os motoristas, OTTs, atendentes e demais operacionais. Isso é ridículo! Todos são estratégicos para o sistema funcionar”, reforça.
Segundo o Sintect, os Correios estão sofrendo com o abandono da direção da ECT, tanto nacional como regional. Prova disso são os inúmeros problemas encontrados nas unidades de trabalho, como falta de funcionários, sobrecarga de trabalho, falta de segurança, falta de materiais básicos de trabalho, falta de limpeza, instalações precárias, entre outros.
Problemas como esses motivaram inúmeras paralisações de setores, verificadas desde dezembro de 2012. “Os trabalhadores estão esgotados. Não aguentam mais o desleixo da direção da empresa e exigem melhorias”, afirmou Diviza.
Intransigência da ECT
Desde dezembro de 2012, os Sindicatos dos Correios Unificados (São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru, Tocantins e Rio Grande do Norte), organizados em Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), têm se reunido constantemente com a direção da empresa na tentativa de entrar num acordo que atenda às necessidades da categoria.
Por insistência dos sindicalistas foram realizadas nove reuniões no período. De acordo com o Sintect-SP, a empresa demorou a apresentar sua proposta. Só o fez depois que a Findect entregou uma proposta baseada na PLR paga em 2011. A ECT também impôs prazo para as negociações terminarem, o que significou mais um elemento de pressão.
Outra iniciativa dos Sindicatos Unificados foi denunciar, em reunião com o Departamento de Coordenação e Controle das Estatais, do Ministério do Planejamento (Dest), a postura da ECT que se recusa a uma negociação série.
Insistentes protestos contra as imposições da ECT levaram à prorrogação das negociações. Em reunião ocorrida na terça-feira (2), a empresa concordou com algumas das cláusulas apresentadas pela Findect, entre elas, as que se referem a suspensão disciplinar e falta injustificada.
As cláusulas consensuais foram:
3ª – Licença Maternidade/Adoção;
4ª – Demissão a Pedido;
5ª – Empregados Cedidos/Requisitados;
6ª – Liberação de Dirigentes Sindicais e delegados eleitos em assembleia para fóruns regionais ou nacionais;
7ª – Suspensão Disciplinar (1/365 até 10 dias, após não recebe);
8ª – Desligamento no período de experiência;
9ª – Desligamento por justa causa;
10ª – Falta injustificada (FI) (Critérios de 1/5, 6, 7, 8, 9 e 10 faltas);
11ª – Acidente de Trabalho;
12ª – Lei de Greve (Paralisação);
13ª – Licença Médica;
14ª – Modelo de Distribuição;
15ª – Indicadores de Resultados;
16ª – Indicadores Corporativos;
17ª – Vigência de Acordo de PLR/2013.
Fonte: CTB