Morre o sociólogo francês Robert Castel
O sociólogo francês Robert Castel morreu nesta terça-feira (12) aos 79 anos em Vincennes, nos arredores de Paris, como informou a Escola de altos Estudos de Ciências Sociais (EHESS), onde era diretor desde 1990. Castel nasceu em 1933 em Brest (França) em uma familia operária. A morte de sua mãe de câncer quando tinha 10 anos e o suicídio de seu pai dois anos depois, marcaram sua infância.
Publicado 13/03/2013 17:56
Na Faculdade, Castel foi aluno de Raymond Aron e Pierre Bourdieu, junto ao qual abandonou a filosofia pelas Ciências Sociais. Durante sua trajetória acadêmica, dirigiu o Centro de Estudos dos Movimentos Sociais (EHESS-CNRS).
Nos anos 1970 começou sua carreira com estudos sobre a psiquiatria e a doença mental, na linha de Michel Foucault e Franco Basaglia. Mas foi sua análise da formação do mundo de trabalho assalariado, as transformações trabalhistas e as políticas sociais o que lhe rendeu amplo reconhecimento.
Estudou as consequências do trabalho assalariado sobre as relações sociais e o indivíduo contemporâneo devido ao surgimento de um mundo de precariedade, flexibilização e desemprego. Em 1995 publicou o livro “a Metamorfose da Questão Social”, um clássico para o estudo das desigualdades sociais, no qual investigou o combate à classe trabalhadora pela ampliação de seus direitos e pretensões salariais.
Utilizou o conceito de “desfiliação” — exclusão do mundo do trabalho e isolamento social— para designar os novos excluídos do contrato social. “Se definirmos o assalariado pelo estatuto do emprego, certas garantias ligadas ao trabalho, há uma sorte de infra-assalariado que se desenvolve na atualidade. E isso é um fenômeno que me parece tão grave quanto o desemprego em si”, afirmou com relação ao desenvolvimento do mercado trabalhista em uma entrevista realizada pela Revista Ñ, de Buenos Aires no ano passado. Assim, o velho medo de viver “dia a dia” reaparece e ameaça a capacidade social de projetar o futuro.
Veja os vídeos da entrevista concedida por Castel ao Roda Viva em 2009
Da Redação do Vermelho,
com informações do El Clarín