Racismo institucional: Mulher negra continua em desvantagem
"Observamos no Brasil que, além do racismo social, sofremos com o racismo institucional, que inviabiliza o acesso aos instrumentos do Estado e dificulta o combate ao preconceito em nosso país". Foi o que constatou Luana Natieli, advogada do Cfemea e da Articulação das Mulheres Negras Brasileiras, ao falar sobre a luta das mulheres, especialmente das mulheres negras no Brasil.
Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo
Publicado 12/03/2013 10:54
(Foto: Agência Brasil).
Segundo ela, a situação da mulher negra, no Brasil de hoje, é resultado de uma realidade vivida no período de escravidão e que ainda está incrustado nas instâncias sociais. "Ao estudarmos este problema verificamos que a mulher negra apresenta menor nível de escolaridade, trabalha mais e tem rendimento menor".
Para se ter uma ideia do cenário enfrentado pela mulher negra brasileira, dados publicados em 2012 pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que são 498.521 empregos formais de mulheres negras contra 7,6 milhões de mulheres brancas e 11,9 milhões de homens brancos. Além disso, a mulher negra ganha, em média, R$ 790 e o salário do homem branco chega a R$ 1.671,00 – mais que o dobro.
(Foto: Universidade Federal da Bahia).
Natieli frisa que a trabalhadora negra continua sendo aquela que se insere mais cedo e é a última a sair do mercado de trabalho e que mesmo quando sua escolaridade é similar à escolaridade da companheira branca, a diferença salarial gira em trono de 40% a mais para a branca
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) as mulheres negras têm um índice maior de desemprego em qualquer lugar do país. A taxa de desemprego das jovens negras chega a 25%. Uma entre quatro jovens está desempregada.
O Instituto ainda aponta que as mulheres negras estão em maior número nos empregos mais precários. 71% das mulheres negras estão nas ocupações precárias e informais; contra 54% das mulheres brancas e 48% dos homens brancos;
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