Deputados contrários a pastor na CDH criarão frente parlamentar
Insatisfeitos com a escolha do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, um grupo de deputados decidiu criar uma frente parlamentar para tratar do tema. O novo presidente é acusado de racismo e homofobia por declarações divulgadas por ele na internet. O deputado Domingos Dutra (PT-MA), que presidiu o colegiado no ano passado, justificou a criação da frente.
Publicado 11/03/2013 14:53
"Eu não vi nenhuma declaração contra o Pastor vinda de nós. Foi ele quem declarou nas mídias sociais que a África é condenada porque foram excluídos de Noé e, portanto, lá é uma praga, o negro é uma praga. Foi ele quem disse que as pessoas do mesmo sexo que estão juntas são responsáveis pelo ódio e pela violência”, afirmou Dutra.
“O Pastor tem um projeto que tenta anular a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que validou a união civil, ou seja, o Pastor e seus amigos estão mais atrasados do que a ONU (Organização das Nações Unidas), a OEA (Organização dos Estados Americanos), o Supremo e o Poder Executivo Federal. O Poder Legislativo deve estar na vanguarda e ele está na retaguarda. Todos os projetos dele são contra gays, lésbicas, prostitutas, negros", continuou.
Nesta terça-feira (12), o grupo contrário ao Pastor Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos tem reunião marcada para as 10 horas. Eles vão debater se continuam na comissão, se questionam o presidente da Câmara ou até mesmo se levam o caso ao STF. Um dos argumentos principais é o fato de os manifestantes terem sido impedidos de entrar no Plenário da comissão durante a eleição do presidente, o que seria contrário ao regimento da Câmara.
O deputado Domingos Dutra ressaltou que a Comissão de Direitos Humanos deve lidar com as diferenças e ter um caráter plural. "Eu espero que ele ficando na comissão dê consequência não ao discurso dele, mas ao regimento da Câmara: quais são as atribuições da comissão, os preceitos dos organismos internacionais que não permitem que em uma comissão de direitos humanos se tenha preconceito de qualquer jeito”, elencou Dutra.
Ele lembrou que o presidente da comissão terá que atender pessoas de qualquer religião. “Pode chegar um ateu, um representante de um terreiro de qualquer matriz africana que tem que atender. Eles são contra tudo isso. Eles acham que quem professa qualquer religião de matriz africana está propalando a imagem do Cão, do Lúcifer, do Satanás", disse Dutra.
Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara