Mulher deve ser tratada com cuidado, diz Olgamir
Em entrevista, secretária da Mulher, Olgamir Amancia, detalha como a atual gestão priorizou ações de combate à violência de gênero e de promoção à saúde e à autonomia socioeconômica das brasilienses.
Publicado 11/03/2013 09:49 | Editado 04/03/2020 16:40
Desde sua criação, em 1º de janeiro de 2011, a Secretaria da Mulher tem desenvolvido políticas públicas voltadas para garantir a autonomia das mulheres no Distrito Federal. O combate à violência de gênero, somado às ações para promoção da saúde e para criação de oportunidades de crescimento profissional, está entre as principais iniciativas.
À frente desse trabalho, a secretária Olgamir Amancia considera fundamental o olhar diferenciado para as necessidades daquela que é mãe, esposa, estudante e trabalhadora. "A mulher deve ser tratada com o cuidado que ela merece, sem jamais ser colocada em um lugar de discriminação", avalia a secretária.
No mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher (8 de março), a secretaria intensificou o trabalho de conscientização e lançou dois importantes serviços: a segunda Carreta da Mulher e a campanha de vacinação contra o vírus HPV, principal causador do câncer de colo uterino. Confira a entrevista com a secretária Olgamir Amancia e saiba mais sobre as ações da pasta.
A Secretaria da Mulher tem atuado, sobretudo, nas frentes de combate à violência, prevenção à saúde e políticas para assegurar a independência do público feminino. Por que priorizar essas áreas?
O primeiro desafio que tivemos foi fortalecer os equipamentos públicos de acolhimento à mulher, que não davam conta da demanda existente. Qualificamos esses espaços, capacitamos e contratamos servidores para garantir atendimento de qualidade. Com isso, colocamos o DF em posição de destaque como a unidade da Federação com o maior número de equipamentos – 54 ao todo. Entre eles, destaco os centros de assistência, a Casa Abrigo e a Delegacia da Mulher. No âmbito da saúde, investimos em ações preventivas, como oficinas para conscientizar as mulheres e orientação sobre exames e cuidados com o corpo. Quanto à independência feminina, incentivamos o empreendedorismo e oferecemos cursos de capacitação. Tudo em parceria com outras secretarias.
Pode nos dar alguns exemplos das ações nesse sentido?
Articulados com a Educação, tornamos obrigatório o debate sobre as questões de gênero nas escolas. Realizamos mutirões em todo o DF, para levar a compreensão sobre a situação da mulher nos dias de hoje. Somente em 2012, foram 44 encontros envolvendo cerca de 2 mil mulheres. Também estabelecemos parceria com a Escola de Governo para oferecer essa formação aos servidores que lidam com o público feminino. Outra ação importante foi o lançamento do Prospera Mulher, com a Secretaria de Trabalho, para oferecer microcrédito orientado às mulheres que pretendem abrir o próprio negócio. Na Saúde, temos o Rede Mulher, com o trabalho da orientação, e a Unidade Móvel de Saúde da Mulher, que realiza, gratuitamente nas regiões mais vulneráveis do DF, exames de mamografia, ecografia e preventivo de câncer do colo do útero. Essa ação com a Secretaria de Saúde tem sido um sucesso.
Tanto que o governo lançou, nessa sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, a segunda unidade…
Exatamente. A primeira carreta, inaugurada há um ano, já realizou mais de 32 mil exames em 22 regiões do Distrito Federal. Não temos mais filas de espera por mamografia. Mesmo com os bons resultados, o governador Agnelo Queiroz compreendeu ser necessário uma segunda unidade para atender toda a demanda. Ela foi inaugurada no Presídio Feminino, no Gama. Isso mostra que essa não é uma política isolada, mas sim de inclusão de todas as mulheres, seja na cidade, no campo, ou no sistema prisional. Com essa ação, estamos atingindo as camadas mais vulneráveis e cuidando da saúde da mulher de forma preventiva.
Outra importante iniciativa, no Dia da Mulher, foi o lançamento da campanha de vacinação contra o vírus HPV nas escolas públicas e privadas. Qual é a meta da secretaria com a ação?
O HPV é o principal causador do câncer de colo do útero em todo o mundo e não podemos conviver com a mortalidade de mulheres em decorrência dessa doença. No ano passado, foram 90 óbitos. Nosso objetivo, ao oferecer a vacina, é inverter esse quadro com uma política de prevenção em médio e longo prazo. Vamos imunizar 64 mil meninas com idades entre 11 e 13 anos, antes do início da vida sexual. A partir de 2014, a vacina será exclusiva para meninas com 11 anos. Essa é uma macropolítica que contou com o apoio da primeira-dama, Ilza Queiroz, e com o trabalho integrado das secretarias de Saúde e de Educação. Estamos salvando vidas e colocando o DF como referência para todo o Brasil.
O que a secretaria levou em conta ao elaborar a programação de 2013 do Dia Internacional da Mulher?
No Março Mulher deste ano, focamos no aprofundamento dos nossos programas, especialmente o Rede Mulher, que divulga os direitos e as políticas para as mulheres. Durante a caminhada, percebemos que ele permite um diálogo muito grande com pessoas de todas as faixas etárias e em regiões variadas. Incluímos muitos mutirões no cronograma, pois a demanda por esse serviço tem sido forte. Durante todos esses dias, nossos esforços se concentraram em ampliar o conhecimento a respeito da Lei Maria da Penha e esclarecer sobre os equipamentos e as ações da secretaria.
Qual o balanço da secretaria e quais as perspectivas para 2013?
Desde que assumi a pasta, em janeiro de 2011, procuramos levar as políticas de governo para perto das mulheres e mostrar a elas sua importância na sociedade. Com isso, temos observado, por exemplo, o aumento no número de denúncias contra a violência. O público feminino está mais fortalecido e consciente de seus direitos. Ao conhecer melhor nossas ações, elas nos acionam cada vez mais. No Qualificopa – programa de capacitação profissional para a Copa do Mundo de 2014 –, por exemplo, a presença das mulheres é maior. Por essa razão, nossa meta este ano é lançar mais programas em parceria com as demais secretarias, principalmente para geração de trabalho e renda. Além disso, vamos dar continuidade às iniciativas que estamos desenvolvendo, pois elas têm sido muito acertadas e bem recebidas pela população.