Chávez e os caminhos que abriu na história

Os países da América Latina e do Caribe nunca estiveram tão unidos como agora, apesar da enorme diversidade cultural, étnica, linguística e dos projetos de governos, alguns totalmente opostos entre si.

E ainda que ainda falte muito para estar sólida, como a prata nas raízes dos Andes, como disse o também herói cubano José Martí, a América Latina é outra e Hugo Chávez foi essencial no novo mapa geopolítico.

O carisma do governante venezuelano, as propostas estratégicas para a integração regional, os projetos concretos como Petrocaribe ou os programas de saúde como a Missão Milagre, construíram uma região com mais unidade, inclusive entre os povos.

Chávez jogou um papel fundamental no impulso à criação da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba), a União das Nações Sul-americanas (Unasul) e a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).

O reinício do intercâmbio econômico entre os países da região, o projeto de um Banco do Sul, o Sistema Unitário de Compensação Regional (Sucre) tiveram em Chávez um catalizador indiscutível.

Um cenário de definições domina a região: os grupos oligárquicos de poder e partidos tradicionais delimitam seu espaço e procuram através de muitos recursos, alguns tão usados e sangrentos como os golpes de Estado, mudar a realidade.

As forças progressistas também perfilam seu meio: aglutinam, renovam e asseguram defender o que foi conquistado até hoje em cada canto da América Latina. Outros batalham e se organizam por seu direito à vida.
Luto na América Latina

Com a morte física de Hugo Chávez no dia 5 de março, uma enorme demonstração de reconhecimento, gratidão, amor e tristeza percorreu o continente.

Ao luto do povo venezuelano se uniram os povos e governos da região: Cuba, Chile, Uruguai, Argentina, Equador, Bolívia, República Dominicana, Brasil, Nicarágua e Haiti, decretaram luto oficial em homenagem ao líder latino-americano.

“Expressamos nossas sinceras condolências aos seus pais, irmãos, filhas e filho e a todos seus familiares que já são nossos, como Chávez é também filho de Cuba e da América Latina e do Caribe, e do mundo”, afirmou o governo cubano em uma nota oficial.

“Neste momento de profunda tristeza, compartilhamos os mais profundos sentimentos de solidariedade ao povo irmão venezuelano, que acompanharemos em todas as circunstâncias”, acrescentou.

A presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, disse que seu o governo e o povo brasileiro perdem um grande amigo, cuja coragem, generosidade e calor humano irmanaram a Venezuela e o Brasil como nunca antes em nossas histórias.

“Hugo Chávez contribuiu com o fortalecimento do nosso continente, sendo responsável pela constituição da Unasul e da Celac”, enfatizou Rousseff.

O presidente equatoriano, Rafael Correa, disse que o líder venezuelano foi um homem extraordinário.

“Chávez continuará mais vivo do que nunca no sorriso das crianças venezuelanas que agora têm escolas, dos operários que agora se sentem donos da sua pátria”, indicou Correa.

Para o governante da Nicarágua, Daniel Ortega, “Hugo Chávez é o coração do povo latino-americano e caribenho que, da Venezuela heroica e generosa, levantou a espada da liberdade”.

Chávez "foi um homem profundamente comprometido com a integração da América Latina", afirmou o presidente do Chile, Sebastián Piñera.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, chamou à unidade para lutar pela dignidade, pela liberdade da América Latina, para trabalhar pelos povos do mundo, como a melhor homenagem que pode oferecer ao presidente Hugo Chávez.

"O governo e o povo argentino acompanham com pesar a dor do povo da República Bolivariana da Venezuela e dos familiares de seu presidente", aponta o decreto assinado pela presidenta Cristina Fernández.

A morte do presidente Hugo Chávez "coloca em luto não apenas o Estado e o povo da Venezuela" mas "toda a comunidade internacional" devido ao seu "desempenho e trajetória como líder político" refere a nota do governo do Uruguai.

O falecimento do comandante Hugo Chávez, um grande amigo da República Dominicana, coloca em luto o povo e as autoridades, apontou o presidente dominicano Danilo Medina.

Medina reconheceu a liderança regional do dirigente bolivariano e de maneira especial suas demonstrações de solidariedade e colaboração.

O chefe do Estado haitiano, Michel Martelly, referiu-se a Chávez como uma pessoa excepcional.

Ao luto da América Latina, uniu-se o da República Islâmica do Irã, cujo governo declarou o dia 7 de março Dia de Luto Público.

Na nota oficial, destaca-se a oposição do líder venezuelano à política exterior estadunidense e suas ações para levar o bem-estar ao seu país e diminuir as diferenças de classes.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, descreveu o líder revolucionário como um "símbolo da resistência contra o imperialismo e um mártir pelo bem da nação".

Prensa Latina