Trabalhadoras cobram de Dilma leis que garantam direitos à mulher
Nesta semana, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a luta pela igualdade de gênero estará mais presente do que nunca na 7a. Marcha a Brasília. Em entrevista à Rádio Vermelho, a secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, Raimunda Gomes, a Doquinha, fala sobre a mobilização das trabalhadoras, que cobram da presidenta Dilma uma postura mais enérgica, intercedendo pela aprovação de projetos de lei importantes para a mulher.
Publicado 05/03/2013 12:21
Cerca de 40 mil trabalhadores e trabalhadoras participam, na quarta-feira (6), da 7ª Marcha a Brasília, às 9h. O ato é promovido pelas centrais sindicais, entre elas a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
O Fórum das Mulheres das Centrais Sindicais, o qual a CTB é membro, foi quem coordenou a participação do movimento de mulheres nos sindicatos para a marcha e tem como foco principal a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.
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“Com essa bandeira, o Fórum deliberou que estaria marchando em Brasília, abrindo as comemorações do Março Mulher, levando uma exigência na pauta , de que a presidenta Dilma e a bancada feminina no Congresso consigam colocar em pauta neste mês todas as propostas que tramitam na Câmara e no Senado e que interessam as mulheres, como o PL da Igualdade”, defende Doquinha.
Outros projetos importantes defendidos pelas trabalhadoras é a regulamentação da licença maternidade de 180 dias, a PEC 66 do trabalho doméstico, votada na Câmara e enviada ao Senado.
“O PL da Igualdade, o projeto 6653, no dia 7 de março foi solicitado para ir à Plenário mas não teve uma maioria política para sua votação. Já o projeto que está no Senado, o PL 130, que também versa sobre a igualdade de gênero, foi votado e quando estava para ser sancionado, no mesmo período de 2011, o senador Romero Jucá, que é da base governista, pediu vistas. Agora, volta para as comissões e está apensado ao PL 136. Ou seja, começou tudo de novo. Esses projetos tinham caráter terminativo e agora não, terá que ir à plenário”, lamenta a dirigente sindical.
Doquinha lembrou que já estamos no terceiro ano do governo Dilma Rousseff e que até agora nenhum projeto significativo conseguiu aprovação. “Estamos no terceiro ano da presidenta Dilma e não admitimos que ela encerre seu primeiro mandato, que a gente espera que ela tenha mais um, sem ter colocado em votação e aprovado os projetos de grande interesse das mulheres trabalhadoras do Brasil. Mesmo sabendo que já houve uma significativa mudança em seu governo, onde muitas mulheres assumem cargos de comando, mas para nós é importantíssimo que a mulher trabalhadoras, que está na base, também sinta essas mudanças”, advertiu a secretária da Mulher Trabalhadora da CTB.
Nesta edição da Marcha das Centrais, as mulheres prometem ocupar seu espaço e fazer com que todos ouçam suas reivindicações.
“Estamos com visual próprio, destacando nossas pautas”, adianta a secretária nacional da CTB, que aposta que 2013 será um ano decisivo para a central: “Esse é um ano decisivo. O governo da presidenta Dilma é um governo de disputa e quem está pautando mais o governo é o empresariado. Então, queremos inverter essa lógica, fazer com que o governo mude seu olhar de investimento e valorizar mais o trabalhador, do que as propostas do empresariado, que só vêm no sentido de retirar direitos e desconstruir o que levamos décadas para construir”, avisa Raimunda Gomes, a Doquinha da CTB.
Deborah Moreira
Da redação do Vermelho
Ouça a íntegra da entrevista com a dirigente para o programa Resistência: