Deputado evangélico faz campanha para presidir Direitos Humanos
O pastor Marco Feliciano – deputado federal pelo PSC-SP – lançou nesta segunda-feira ( 4) uma espécie de contracampanha em seu site oficial defendendo a indicação de seu nome para a presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. A possibilidade de ele assumir o comando do colegiado deflagrou na semana passada a abertura de uma petição online com mais de 43 mil assinaturas de pessoas que são contra a indicação.
Publicado 05/03/2013 12:16
Em nota oficial, o atual presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, deputado Domingos Dutra (PT-MA), afirmou que Feliciano é ‘desinformado’ e que ele pretende presidir o colegiado de forma "preconceituosa, fundamentalista, externando ódio homofóbico e intolerância".
Em seu abaixo-assinado, Feliciano diz já ter colhido mais de 57 mil assinaturas em seu apoio. O pastor afirma também que está sofrendo "perseguição". Ele ainda não assumiu o cargo.
O pastor foi alvo de polêmica em 2011 após escrever em seu perfil do Twitter que o amor entre pessoas do mesmo sexo leva "ao ódio, ao crime e à rejeição" e que descendentes de africanos são "amaldiçoados".
A decisão de o comando do colegiado ficar com o PSC saiu de um acordo entre lideranças da Casa fechado na última quarta-feira. O líder do PSC na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), afirmou que há mais três nomes na disputa pela presidência da comissão.
Feliciano disse ao Estadão na semana passada que a comissão se tornou um espaço de "privilégio" de gays, lésbicas, bissexuais e transexuais. Segundo ele, 90% do tempo da última gestão do colegiado foi dedicado a assuntos relacionados à comunidade LGBT. O pastor afirmou também que sua religião "o gabarita" para fazer um bom trabalho à frente do órgão.
Fonte: Estadão