Partido governista lança Evo Morales como candidato à reeleição
O MAS (Movimento ao Socialismo), partido do presidente da Bolívia, Evo Morales, proclamou, por unanimidade, o chefe de Estado como candidato para a eleição presidencial de 2014, onde tentará um terceiro mandato consecutivo.
Publicado 26/02/2013 16:30
A decisão foi tomada na última segunda-feira (25) após realização do sétimo congresso do partido realizado na cidade de Cochabamba. As informações são da ABI (Agência Boliviana de Informações) e da agência de notícias Efe.
Leia também:
Bolívia reforça campanha para recuperar saída para o mar
Além de Evo, Álvaro Garcia-Linera também concorreria novamente ao posto de vice-presidente, segundo a intenção do partido. Morales, que aprticipou do Congresso mas não se autoproclamou candidato, disse que o partido deveria tentar, como meta, 74% dos votos.
"Por unanimidade, todos os setores de Cochabamba e todos os delegados nesse congresso proclamaram como candidato para as eleições o companheiro Evo Morales, especialmente para consolidar este processo de mudança", declarou o senador governista Julio Salazar.
À noite, o presidente do TCP (Tribunal Constitucional Plurinacional), Ruddy Flores, afirmou ter recebido do Senado um pedido de consulta de cinco artigos constitucionais – e um deles trata da possibilidade de uma segunda reeleição.
Morales chegou à Presidência pela primeira vez em janeiro de 2006 para um período de quatro anos e assumiu seu segundo mandato em 2010, para encerrá-lo em 2015. Em caso de nova reeleição, poderia permanecer no cargo até 2020.
A Constituição estabelece que o presidente pode ser reeleito "por uma só vez de maneira contínua", e que "os mandatos anteriores à vigência desta Constituição serão tomados em conta no cômputo dos novos períodos de funções".
Morales alega que pode concorrer a um novo mandato porque o primeiro foi de apenas quatro anos (2006-2010), e não cinco. Também sustentou esse artigo não conta porque não estava vigente a nova Carta Magna que refunda a Bolívia como Estado Plurinacional.
"A consulta feita no Tribunal Constitucional é inútil, aí está a Constituição. À margem desse debate ou da consulta, infelizmente os neoliberais têm muito medo dos movimentos sociais", reiterou Morales durante o encerramento do encontro.
Morales desmentiu a informação de que assinou documento renunciando a uma nova reeleição, mas a oposição apresentou um vídeo de 2008 no qual o chefe de Estado afirmava que não se candidataria novamente ao cargo.
Protestos
A iniciativa provocou reações contrárias na oposição boliviana. Ela alega que a terceira candidatura violar a Constituição promulgada pelo próprio Morales em 2009, porque essa norma permite apenas dois mandatos consecutivos.
O ex-presidente boliviano Jorge Quiroga informou que enviou uma carta ao secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, para denunciar que a intenção de Morales "viola a Constituição e danifica gravemente" a democracia boliviana.
“A defesa da democracia não admite exceção alguma, ela é para todos, em todo o território, pelo tempo todo. A Bolivia espera que o senhor, como Secretário Geral da OEA, atue como determiona a Carta Democrática para preservar a ordem constitucional boliviana", sustenta Quiroga na carta.
Fonte: Opera Mundi