Rússia e China fecham acordo para abastecimento energético
Num acordo perfeito de demanda e abastecimento, a Rússia rica em energia concordou em fornecer anualmente 38 bilhões de metros cúbicos de gás natural à China. O acordo foi fechado em um encontro de alto nível nesta segunda-feira (25), em Beijing, capital chinesa.
Publicado 26/02/2013 10:13
Uma vista do líder do Partido Comunista Chinês Xi Jinping a Moscou é esperada para breve, após o Congresso Nacional Popular, que se realizará no começo de março.
O gás não foi a única fonte de energia discutida pelos dois países. Um consenso sobre a cooperação em temas de petróleo, da energia nuclear e do carvão também foi alcançado.
“A China e a Rússia precisam um do outro na cooperação energética, e ambas têm suas próprias vantagens em recursos, mercados e tecnologia”, disse o vice-primeiro ministro chinês Wang Qishan durante sua reunião com seu homólogo russo, Arkady Dvorkovich.
"Há complementaridades, necessidades e possibilidades para fortalecermos a cooperação energética, e mais do que isso, a cooperação de significado estratégico,” completou.
Oficiais russos concordaram, na reunião, em garantir um abastecimento annual de gás natural através do gasoduto oriental para a China.
Ambos os países continuarão estudando a possibilidade de fornecer à China gás natural liquefeito através do gasoduto oriental e gás natural através do ocidental.
As negociações sobre o crescente volume do abastecimento de petróleo para o maior consumidor de energia do mundo foram finalizadas, mas Wang disse que os dois países deveriam “acelerar consultas e resumir os acordos.”
Os dois países também concordaram em avançar acordos de cooperação mais amplos em setores energéticos não tradicionais, como o nuclear, o carvão, o elétrico, as fontes renováveis e também no setor do alumínio. Um objetivo de comércio de 100 bilhões de dólares até o final de 2015 foi estabelecido.
De acordo com a Administração Geral de Alfândega, o comércio entre a China e a Rússia em 2012 aumentou em 11,2% desde o ano anterior, para 88,2 bilhões de dólares, comparado ao aumento de 6% no comércio exterior total da China.
De acordo com Pang Changwei, director do Instituto de Políticas Petrolíferas Internacionais, na Universidade do Petróleo da China, em Beijing, a revolução do gás de xisto nos EUA mudou o mercado global de energia, o que também é um fator chave para o aumento do interesse russo no mercado chinês. “É uma boa e inteligente escolha”, disse.
Mas especialistas têm levado em conta alguns obstáculos para o futuro das negociações entre os dois países. As relações com base em assuntos energéticos entre ambos têm sido complicadas pelas disputas relacionadas às tarifas de envio de petróleo através dos oleodutos já existentes. Fontes disseram que levaria tempo antes que um acordo final fosse fechado.
A China e a Rússia acordaram em construir uma refinaria de petróleo em Tianjin, na China, em 2007 e, quando entrar em operação, terá uma capacidade anual de 13 milhões de toneladas, ou 260.000 barris por dia.
Com: China Daily
Tradução da Redação do Vermelho