Rede municipal de ensino em Salvador faz paralisação de alerta
O ano letivo teve início na segunda-feira (18/02). Mas, diante dos problemas enfrentados nas unidades escolares com a precária estrutura física e funcional, os professores da rede municipal de ensino decidiram parar. Por conta disso, as atividades foram suspensas nesta quarta e quinta (20 e 21/02). A deliberação foi resultado da assembleia realizada na quarta, como forma de alertar o prefeito ACM Neto que a categoria continua insatisfeita com o tratamento dado à Educação em Salvador.
Publicado 22/02/2013 10:22 | Editado 04/03/2020 16:17
De acordo com a diretora da rede municipal da APLB Sindicato, Elza Melo, apesar de o democrata, em reunião com representantes dos docentes, ter garantido que a prioridade do governo é a qualidade da Educação, ele tem seguido o caminho inverso. “Ele baixou decreto reordenando a rede. Fechou turmas, remanejou professores e alterou a carga horária, atrapalhando a vida de todo mundo. Se ele quer implementar novas regras, primeiro tem que ordenar a casa, resolver os problemas, para depois lançar novas medidas”.
A categoria quer que ele cumpra as promessas de campanha, de ampliar o quadro e melhorar a estrutura. Até agora, nada de contratação de professores e coordenadores nem de reforma nas escolas, que malmente têm mobiliário para os alunos e docentes. “O que ele tem feito é desorganizar. Os colegas estão insatisfeitos, confusos, com problemas de saúde. Não vamos admitir esse descaso. Queremos que a qualidade na Educação seja, de fato, priorizada”, completa Elza. De acordo com o sindicato, a postura do gestor vai de encontro com os desejos da população de Salvador e das necessidades da população carente, de maioria negra, que não pode estar na rede privada.
A APLB exige a convocação imediata dos profissionais aprovados no último processo seletivo, bem como reforma das escolas da rede e a retomada dos projetos educacionais, como o Mais Educação, de iniciativa do governo federal, cujo objetivo é tirar as crianças e adolescentes da marginalidade através do esporte e da arte, e o de instalação de bibliotecas nas unidades de ensino, para incentivar a leitura.
Nova assembleia está prevista para o dia 14 de março, às 9h, no Ginásio de Esporte dos Bancários, nos Aflitos, para avaliar o movimento docente, em constante estado de mobilização. A categoria mostrou a força da unidade na greve do ano passado. De acordo com os professores, caso a prefeitura não reverta o quadro, nova paralisação pode ocorrer. Nos dias 23, 24 e 25 de abril, inclusive, está prevista greve nacional da Educação Pública, por valorização do piso, carreira, jornada e profissionalização dos trabalhadores do setor.
Alfa e Beto
O polêmico projeto Alfa e Beto, implantando pela prefeitura da Salvador, está sendo analisado pela diretoria da APLB, que vai emitir avaliação oficial sobre o material. Segundo a entidade sindical, o método está sendo rechaçado por conta do caráter preconceituoso. “É um incentivo à homofobia, ao racismo. É uma agressão. Além disso, não condiz com a realidade da sociedade soteropolitana”.
De Salvador,
Maiana