Correa quer uma AL onde o ser humano esteja acima do capital
O presidente do Equador, Rafael Correa, reeleito com ampla vantagem (56,7% dos votos) no último domingo (17) reiterou que, nos próximos quatro anos, priorizará a integração latino-americana, que, segundo o mandatário, não é só um sonho que os libertadores tiveram, mas uma necessidade de sobrevivência.
Por Érika Ceconi, enviada especial do Vermelho a Quito
Publicado 21/02/2013 20:07
“Vamos construir a Pátria Grande [América Latina], onde o ser humano esteja acima do capital”, destacou Correa, durante coletiva para a imprensa estrangeira, realizada no palácio presidencial Carondelet, na última quarta-feira (20), que contou com a participação do Portal Vermelho.
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O mandatário destacou que, a partir de seu governo, o país conquistou importantes avanços e estabilidade econômica e chamou a América Latina para proteger-se contra os abusos capitalistas; ele citou o caso da multinacional petroleira Chevron, que apesar de ser processada pela população indígena daquele país por danos ambientais, conseguiu uma sentença a seu favor nas Nações Unidas, por causa de acordos assinados em governos anteriores.
Correa disse – não oficialmente; o resultado oficial será divulgado nesta sexta-feira (22) – que conquistou, por meio de seu movimento Aliança Pais, maioria na Assembleia Nacional "Obtivemos representantes para a Assembleia Nacional em 23 das 24 províncias do país” o que facilitará a continuidade de reformas socialistas dentre elas uma lei que regulariza e democratiza a comunicação.
A respeito do assunto o mandatário destacou que a “América Latina tem uma imprensa péssima” e esclareceu que a medida busca viabilizar uma imprensa ética, livre e independente que informe e que não defenda interesses privados. “A informação é um direito e não um negócio”, argumentou.
Neste sentido, Correa lembrou também que há um imperialismo cultural imposto pelos grandes conglomerados midiáticos à sociedade o que qualificou como uma nova forma colonialismo. “Uma boa comunicação fortalece a sociedade”, disse e frisou a importância de conservar as tradições de cada país.
Quando perguntado a respeito da relação do Equador com o Brasil, Correa sinalizou que existem interesses comerciais entre os países. “Há, pelo menos, três construtoras brasileiras que investem no país”. Ele também analisou que “a vitória de Lula foi a consolidação de uma mudança de época na América Latina”.
Em apoio a Hugo Chávez, que se recupera de um cancêr e recentemente voltou para a Venezuela, Correa fez questão de dizer que “se puder servir como motorista de Chávez, estarei lá; o importante é tirar a população da miséria e do atraso”, disse.
O mandatário também reiterou o interesse do país em tornar-se membro pleno do Mercado Comum do Sul (Mercosul), que segundo ele, tem uma visão que coincide com a do país andino, que é a do comércio para o desenvolvimento, diferente da Aliança do Pacífico [bloco econômico formado por México, Peru, Colômbia e Chile] qualificada por ele como neoliberal.
Durante a coletiva Rafael Correa destacou que “quem manda no Equador é o povo equatoriano” e falou sobre os avanços sociais e econômicos, que fizeram com que o país se desenvolvesse. Ele garantiu que neste mandato aprofundará a Revolução Cidadã.