Campanha de combate a violência à mulher é destaque no Carnaval

“A violência de gênero é uma realidade no país, pode acontecer a qualquer momento. E o carnaval é a festa mais popular do Brasil, atraindo multidões para ruas e clubes. É um acerto estratégico chamar a atenção da sociedade para a não violência”, alerta a secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da SPM, Aparecida Gonçalves.

Ela parabenizou o trabalho das gestoras do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, que trabalharam para assegurar que a festa mais popular do país comece a se vincular ao respeito às mulheres. Para a secretária da SPM, “as mulheres têm o direito de festejar sem ameaças e agressões”.

Respeito na Bahia

Pelo segundo ano consecutivo, a SPM da Bahia concentrou energia para enfrentar a violência no Carnaval. Com o lema “Respeito à mulher: Entre nesse bloco”, a campanha teve o jingle veiculado em diversas rádios, trios e concentração dos blocos, ações em redes sociais e impressos. Um dos parceiros da campanha foi o bloco Os Mascarados, puxado por Magary e Maria Gadú.

“Não chegue forçando a barra, não puxe o cabelo, não force o beijo. Agarrar à força não é brincadeira, é agressão. Toda mulher merece carinho. Faça a sua parte, pule o Carnaval no Bloco do Respeito à Mulher, numa boa e sem violência”, diz o texto de uma das peças publicitárias, que estimula a busca por informação no Ligue 180.

Em Aracaju, atos violentos são frequentes em festas públicas e particulares. "Infelizmente, ainda constatamos que a violência presente na atitude de determinados homens em períodos festivos se acentua em decorrência do consumo de álcool e outras drogas. Por isso, a divulgação do Ligue 180 é essencial", avalia a coordenadora de Ações Temáticas e Enfrentamento à Violência da SEPM de Sergipe, Ana Júlia Souto.

Interior de Pernambuco

Além de colocar em funcionamento, em horário integral, a Central de Teleatendimento Mulher Cidadã Pernambucana, a Secretaria da Mulher de Pernambuco promoveu a campanha “Violência Contra a Mulher é Coisa de Outros Carnavais” em mais de cem municípios. A mensagem chegou às festas de maior concentração de público, a exemplo de Bezerros, com o Papangu; Triunfo, com os Caretas; Pesqueira, com os Caiporas; Nazaré da Mata, com o Encontro de Maracatus e Arcoverde, com o Boi.

Em pontos estratégicos de circulação de pessoas em toda a Região Metropolitana do Recife, houve distribuição de folhetos ilustrativos contendo os números de telefones dos pontos onde poderão ser feitos atendimentos médicos de urgência para mulheres e meninas vítimas de violência sexual.

Segundo a secretária da Mulher de Pernambuco, Cristina Buarque, o carnaval proporciona alegria e descontração, mas provoca também situações de violência e abusos entre os foliões, especialmente em relação às mulheres. “São necessárias a criação, a manutenção e a continuidade de iniciativas voltadas para a prevenção e enfrentamento das situações de violência contra a mulher no período do Carnaval, uma das principais manifestações populares do País”, afirma.

Justiça do Maranhão

Outra iniciativa de destaque foi a segunda campanha publicitária do Tribunal de Justiça do Maranhão, voltada ao combate da violência doméstica e familiar.

“Essa é uma ação que se sobressai pelo envolvimento de um órgão do sistema de justiça. É um exemplo do compromisso do Judiciário com os direitos das mulheres”, aponta a secretária Aparecida Gonçalves em referência à adesão do sistema nacional de justiça à campanha “Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha – A Lei é mais forte”.

"Diga não à violência e entre no Bloco da Paz" foi o tema da campanha realizada pelo TJ-MA em Imperatriz e São Luís. Ventarolas, cartazes, outdoors, busdoors, painéis personalizados e divulgação eletrônica foram acrescidos à campanha deste ano.

A presidente da coordenadoria da Mulher do TJ-MA, desembargadora Nelma Sarney, aponta a importância da ação de estímulo a mulheres vítimas de abusos domésticos para denúncia de seus agressores. “A ideia é levar a população a refletir, combater e prevenir a violência dentro dos espaços familiares”, diz sobre o trabalho realizado em conjunto com o juiz titular da Vara da Mulher de São Luís, Nelson Melo de Moraes Rego.

Delegadas do Rio

Com a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, 11 delegadas-titulares das Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam) do Rio de Janeiro montaram um bloco para chamar a atenção de foliãs e foliões para o enfretamento à violência contra a mulher.

“Queria fazer o evento ligado a uma programação do calendário cultural da cidade. Pretendemos prosseguir com essa ideia, que acontece pela primeira vez este ano, para que ela faça parte da programação fixa do Rio. Em briga de marido e mulher a Polícia Civil mete, sim, a colher”, frisa a chefe de Polícia.

Da Redação em Brasília
Com informações da SPM