Jô sugere nova socialização para conter violência contra a mulher
A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional que investiga a violência contra a mulher no País, usou a tribuna da Câmara, esta semana, quando foram iniciados os trabalhos legislativos, para denunciar um problema antigo: a violência contra a mulher. Ela denunciou o assassinato de nove mulheres em Minas Gerais, no mês de janeiro. Segundo ela, o combate ao problema exige uma nova socialização de crianças e adolescentes.
Publicado 07/02/2013 15:00
Jô lamentou ser este o tema de seu pronunciamento logo no início do ano legislativo, destacando que o número de femicídios de janeiro superou o registrado em igual período do ano passado. Uma delas estava grávida de três meses. Outra, que sobreviveu aos três tiros desferidos pelo ex-marido, também perdeu o bebê e está na Unidade de Pronto Atendimento do Hospital Risoleta Neves.
“Além de uma estrutura adequada de acolhimento, amparo e proteção às vítimas, é fundamental a ressocialização de nossos jovens, adultos e idosos”, disse. Para a parlamentar, “é preciso uma nova socialização de nossas crianças e adolescentes. Lares, igrejas, escolas, clubes sociais e de serviços, educadores, sociólogos, filósofos, psicólogos e principalmente os pais têm de estar imbuídos da importância desta responsabilidade; desta nova tarefa”, enfatizou.
Para Jô Moraes, somente com a mudança de cultura é possível conter a violência contra a mulher, porque “apesar da divulgação, da mobilização, da existência de uma das leis mais abrangentes e completas no tocante à responsabilização e penalização de agressores, a constatação é de que a violência tem grassado. Não teve um refluxo sequer em seus índices”.
Ela destacou ainda que “duas das mulheres mortas e uma das agredidas no mês de janeiro já tinham registrado Boletim de Ocorrência contra seus algozes. O que mostra que não apenas a divulgação, a coerção, a existência da lei, a lavratura de um BO, ou a ação dos movimentos organizados de mulheres são suficientes para impedir essa sanha”.
Da redação em Brasília
Com informações da Ass. Dep. Jô Moraes