MST faz marcha em BH e pede julgamento do Massacre de Felizburgo
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promovem passeata nesta sexta-feira (1º), em Belo Horizonte (MG). Por volta das 12h30, os manifestantes estavam concentrados em frente à sede da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul da capital. A marcha faz parte da Jornada de Lutas dos Movimentos sociais de Minas Gerais que exige justiça para Felisburgo, com a condenação de Adriano Chafik, responsável pelo massacre.
Publicado 01/02/2013 12:51
Em de 20 de novembro de 2012 o Massacre de Felisburgo completou oito anos. Até agora, ninguém foi punido pelo assassinato dos cinco trabalhadores rurais e pelos ferimentos a bala de outras 12 pessoas. Entre os feridos estava uma criança de apenas 12 anos, que levou um tiro no olho.
A marcha percorrerá ainda ruas que levam ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e ao Tribunal Regional Federal, em Belo Horizonte-MG, na Avenida Álvares Cabral, 1.805, em Santo Agostinho, ao lado da Assembléia Legislativa.
O julgamento de Chafik, mandante confesso do Massacre de Felisburgo, deveria ocorrer em janeiro deste ano na capital Belo Horizonte, mas foi adiado e ainda não tem data para acontecer.
“Essa jornada serve para acumularmos forças para a luta em torno do julgamento. A violência contra os trabalhadores não passará em branco. Nossa resposta à violência é a luta”, afirma o coordenador estadual do MST, Silvio Neto.
Jornada de Lutas
Cerca de 350 trabalhadores e trabalhadoras de vários movimentos sociais do campo de Minas Gerais ocupam, desde o dia 21 de janeiro, a Superintendência Regional do Incra, em Belo Horizonte. Os movimentos sociais prometem não sair no prédio enquanto o governo federal não cumprir as reivindicações. Enquanto aguardam o retorno das negociações com o governo os Sem Terra estão organizando uma criação de porcos e galinhas, na entrada do órgão.
Além do MST, participam da ocupação o Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento Popular dos Sem Terra (MPST), Movimento de Luta pela Terra e Moradia (MLTM), Movimento Popular pela Reforma Agrária (MPRA), Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf-Cut) e o Movimento de Luta Família São José dos Cravos.
“Ocupamos o Incra para pressionar a presidente Dilma para cobrar a retomada da pauta da Reforma Agrária, com as desapropriações de latifúndios e o desenvolvimento dos assentamentos no estado. Os Sem Terra não aguentam mais tantas promessas do Incra que não são cumpridas. A paciência dos Sem Terra chegou no limite”, denuncia o coordenador do MST em Minas Gerais, Enio Bohnenberger.
Os Sem Terra também denunciam a atuação parcial da Vara Agrária e da Justiça Federal de Minas Gerais, que na maioria dos processos relacionados à ocupação de latifúndios concedo liminares favoráveis aos fazendeiros, decretando imediatamente o despejo das famílias acampadas.
Outras Atividades
Na segunda-feira (4) os manifestantes se reúnem com deputados federais e estaduais de Minas Gerais para cobrar a retomada da Reforma Agrária no estado. Na quarta (6), também será realizada uma Audiência Pública para denunciar os despejos violentos que vem ocorrendo em acampamentos de Sem Terra no estado e as ameaças de 35 novos despejos. As duas atividades serão realizadas na Assembléia Legislativa, em Belo Horizonte-MG.
Os trabalhadores também aguardam uma audiência com o governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, dentro do prazo de dez dias, para discutir a questão dos despejos de Sem Terra no estado.
Fonte: Página do MST