CTB-RS debate desenvolvimento e valorização do trabalho no FSMT
Investir no desenvolvimento do Brasil como educação, tecnologia e na indústria de manufatura, além de garantir direitos, avanços nas condições de trabalho e nos salários. Estes foram os pontos do debate do Seminário Desenvolvimento e Valorização do Trabalho, realizado pela Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), dentro da programação do Fórum Social Mundial Temático 2013, em Porto Alegre (RS).
Publicado 31/01/2013 16:27
Seminário promovido pela CTB-RS durante o FSMT2013, em Porto Alegre/fotos: divulgação
A atividade ocorreu na quarta-feira (30) e contou com o apoio da Federação dos Empregados no Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecosul).
O presidente da Fecosul, Guiomar Vidor, e também da CTB-RS, abriu o seminário abordando a comoção do estado e a repercussão mundial da tragédia ocorrida em Santa Maria (RS). Também lembrou as mais de 100 famílias desabrigadas em uma vila de Porto Alegre devido a outro incêndio.
“Estamos sensibilizados mas não podemos nos calar diante de situações como estas que colocam o capital e o lucro acima da vida”, declarou Vidor. Estes são mais alguns dos motivos que nos leva a acreditar que os trabalhadores devam ocupar mais espaços políticos e de poder, porque defendemos o desenvolvimento com valorização do trabalho e com valorização da vida dos trabalhadores”, afirmou Guiomar Vidor.
Ainda na abertura, o deputado federal, Assis Melo (PCdoB/RS), presente no encontro, disse que desenvolvimento e valorização do trabalho são pautas importantes que os trabalhadores devem discutir. “Que tipo de nação e país queremos? De que adianta sermos a 6ª economia do mundo e um dos piores em distribuição de renda? Os trabalhadores precisam saber que o país é grande e rico. Temos que ser protagonistas nas lutas para mudar a lógica do desenvolvimento. Não somos nós, homens e mulheres, mercadorias, a nossa força de trabalho que é a nossa mercadoria. Por isso tragédias como a que aconteceu não pode ficar em branco”, observou Melo.
Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB Nacional, o primeiro painelista a fazer intervenção, chamou a atenção para o programa da central que defende o desenvolvimento com valorização do trabalho com: soberania nacional, democracia, integração latino-americana, progresso social, o estado como indutor e fomentador da justiça social, reformas estruturais, mercado interno forte, investimento de 25% do PIB, e política econômica desenvolvimentista.
Já a integrante do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutora e pesquisadora, Denise Lobato Gentil, explanou sobre as eras da economia no Brasil. Ela discorreu sobre a situação econômica atual que está investindo em desenvolvimento social o que contribui para que a diminuição de desigualdade, mas precisa de investimento em setores da base da economia como educação, tecnologia e indústria de manufatura.
“Os investimentos sociais são importantes, mas para que eles se sustentem é preciso investir basicamente na indústria de transformação que é o setor que puxa os demais como comércio e serviços. E lógico que precisamos de muito mais investimentos em educação, inovação e tecnologia para que a nossa indústria seja promissora”, destacou Denise.
Situação na Europa
O representante da Federação Sindical Mundial (FSM), o basco Igor Urrutikoetxea, falou da situação dos trabalhadores na Europa devido a crise do capitalismo no velho continente. Igor ressaltou que o desemprego está muito alto – chega a 45% entre os jovens – e os salário e direitos estão sendo reduzidos.
“Entre outras questões sociais, isto repercute na saúde dos trabalhadores gerando aumento em casos de alcoolismo, drogas, violência doméstica e contra a mulher, e até de suicídio”, relatou o dirigente europeu que chamou a própria fala de “rosário das lamentações”. Ele finalizou dizendo que os trabalhadores precisam lutar.
Fonte: CTB