Dilma defende que ONU se pronuncie sobre intervenção no Mali
A presidenta Dilma Rousseff defendeu nesta quinta-feira (24) que as ações militares no Mali sejam submetidas ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), com atenção na proteção de civis.
Publicado 24/01/2013 18:34
"O combate ao terrorismo não pode, ele mesmo, violar os direitos humanos nem reavivar nenhuma das tentações, inclusive, antigas tentações coloniais", disse, sem citar o nome, em alusão à intervenção da França, que colonizou o país por décadas, até sua independência, em 1960. Os ataques da aviação e das tropas francesas no norte do Mali afiguram-se como ações imperialistas e intervencionistas totalmente à margem do direito internacional.
O governo de François Hollande decidiu intervir militarmente no país do noroeste africano sem autorização do Conselho de Segurança da ONU, o que significa tratar-se de flagrante ilegalidade. Em sua ação bélica, a França conta apenas com o apoio do imperialismo estadunidense e da União Europeia, organização de caráter imperialista, monopolista e militarista. Tanto os Estados Unidos como a União Europeia têm como braço armado a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), cujo caráter agressivo tem-se acentuado nos últimos anos.
Ao fim da 6ª Cúpula Brasil-União Europeia, realizada nesta quinta-feira no Palácio do Planalto, a presidenta disse que considera "muito preocupante" a situação do conflito armado no Mali. "Advogamos uma participação muito grande dos órgãos internacionais na resolução desses conflitos".
Ainda falando de conflitos internacionais, a presidenta reiterou a importância do Estado Palestino e demonstrou o interesse especial do Brasil em participar do processo de paz na Guiné-Bissau, integrante da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
"Nós temos interesse em participar de todos os processos para que essa situação de conflito armado e de agravamento da instabilidade política da região devido ao tráfico de drogas, ao tráfico de armas, à pirataria, seja resolvida", afirmou Dilma.
Ainda nesta quinta-feira, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) emitiu nota condenando a intervenção militar francesa no Mali, em consonância com pronunciamento feito durante a semana passada pelo Conselho Mundial da Paz (CMP).
Redação com UOL