Rebelo e Scolari falam com internautas sobre a Copa de 2014
O ministro do Esporte, Aldo Rebelo e o técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari participaram no final da manhã desta quinta-feira (23), de um bate-papo ao vivo na Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Publicado 24/01/2013 17:55
Rebelo falou que nenhuma edição anterior da Copa do Mundo de futebol foi tão fiscalizada pelo Poder Público quanto a que vai acontecer no Brasil, em 2014. “Posso dizer que temos a Copa do Mundo com o maior controle público já realizada em todo o mundo”, declarou.
“Só no estádio do Maracanã, há 13 órgãos de controle acompanhando as obras. Temos o Portal da Transparência. O Tribunal de Contas da União [TCU] tem um ministro exclusivamente para acompanhar [os preparativos] para a Copa”, comentou Aldo Rebelo. Ele garantiu que o Ministério do Esporte e o governo federal têm o compromisso de evitar desperdícios e de prestar contas de todo o gasto em obras que recebem dinheiro público.
O Ministro também garantiu que não só as cidades-sede da Copa do Mundo vão se beneficiar da realização do evento. Ele assegurou que, junto com os Jogos Olímpicos de 2016, o campeonato mundial de futebol vai motivar a criação de 3,6 milhões de empregos.
“Temos um programa de nacionalização dos benefícios da Copa do Mundo. A Fifa e o Comitê Organizador Local já selecionaram mais de 50 centros de treinamento, que são as cidades onde as seleções vão fazer a aclimatação. Essas cidades terão que ter uma infraestrutura hoteleira básica, um equipamento esportivo apto a servir para as seleções treinarem”, disse Rebelo, lembrando que os grandes eventos esportivos vão exigir investimentos que resultarão em benefícios para toda a população.
Rebelo, explicou ainda que a entidade disponibilizou 50 mil ingressos que o ministério estuda como distribuir entre as pessoas de menor poder aquisitivo.
Torcida afastada
Após reconhecer que nunca tantos brasileiros declararam torcer contra a seleção brasileira de futebol, o técnico Luiz Felipe Scolari defendeu a atuação dos jogadores que têm vestido a camisa da equipe e atribuiu à comissão técnica a responsabilidade pelas críticas ao desempenho do time e pelo distanciamento de muitos torcedores.
“Os atletas fazem a parte deles. Nós que trabalhamos para motivar esses atletas é que talvez estejamos errados. Quem sabe não estejamos fazendo as coisas corretamente, no sentido de que o povo brasileiro se identifique novamente com a seleção”, avaliou Scolari.
Para o técnico, a população brasileira quer se identificar com a seleção de futebol. “Tenho bons exemplos de que o povo espera que a seleção lhes dê aquele ânimo e carinho para que eles possam torcer. Uma pequena parte disso [é responsabilidade] dos atletas. A maior parte é [responsabilidade] nossa. Nós temos que passar essa mensagem de otimismo para, depois obtendo bons resultados, motivarmos a população a se identificar com nossa seleção”, disse Scolari.
O treinador diz acreditar que o caminho é ir mostrando o que estão fazendo, para que voltar a ter o ambiente vivido em todas as copas do mundo, “com muito mais ênfase, já que, agora, a copa será aqui, na nossa casa”, acrescentou o técnico.
Opinião do Ministro
Ao ser questionado se parte das críticas à seleção não seria um reflexo dos que são contrários ao país investir para sediar grandes eventos esportivos, apontando outras prioridades, Aldo Rebelo citou o dramaturgo Nelson Rodrigues que, em suas crônicas, se referia ao “complexo de vira-latas” do povo brasileiro para explicar o sentimento de inferioridade com que o brasileiro se portava diante do resto do mundo.
“Acho que superamos o complexo de vira-latas, mas não o pessimismo do velhinho do Restelo, o personagem de Camões que tinha horror à ousadia e dizia que as navegações eram uma coisa arriscada e irresponsável, mas testemunhou a partida dos navegadores que ajudaram a desenhar um novo horizonte. Este pessimismo é parte da nossa herança, mas, ao mesmo tempo, também faz parte da nossa herança a ousadia”, argumentou.
Fonte: Agência Brasil