Negociação: metalúrgicos e GM tentarão fechar acordo no sábado
Após reunião realizada nesta quarta-feira (23), Metalúrgicos de São José dos Campos e a General Motors não chegaram a um acordo e anunciaram que realizaram mais um próximo encontro, que ocorrerá no sábado (26). A categoria luta contra a demissão de 1600 trabalhadores pela montadora.
Publicado 24/01/2013 08:40
O sindicato apresentou propostas para tentar evitar o corte de 1.598 funcionários e garantir novos investimentos na unidade. “Pela primeira vez, a GM aceitou rediscutir as demissões com sua diretoria”, afirmou a entidade. A nova reunião foi marcada para as 10h, na sede regional do Centro das Indústrias do Estado (Ciesp).
"Estamos discutindo hoje o futuro de 1.500 empregados, mas lembro que temos outros 6 mil no complexo e, por isso, é fundamental um acordo agora para garantir a preservação do complexo e novos investimentos no futuro", disse à agência Reuters o diretor de Assuntos Institucionais da GM, Luiz Moan, segundo a assessoria da montadora. Segundo a GM, o sindicato não aceitou negociar o banco de horas, item que a montadora considera necessário para aumentar a produtividade na fábrica.
Para pressionar a empresa a recuar em sua decisão, os trabalhadores aguardaram a negociação em uma greve de 24 horas, deflagrada ontem (22), durante assembleia na entrada do primeiro turno. Logo depois um grupo de sindicalistas e metalúrgicos bloqueou a rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. As pistas foram liberadas por volta das 8h.
Segundo o sindicato, as demissões estão previstas para ocorrer a partir do dia 26, quando termina o lay-off (suspensão do contrato de trabalho) de 970 metalúrgicos. As dispensas seriam uma decorrência do fechamento do setor de Montagem de Veículos Automotores (MVA), onde é produzido o modelo Classic, cuja produção será transferida para a Argentina.
“Estamos dispostos a fazer um acordo, desde que haja a manutenção de todos os postos de trabalho e contratação de funcionários, com a vinda de produção de novos modelos para a cidade. Qualquer acordo tem de partir desse patamar. Não aceitaremos demissões”, afirmou o presidente do sindicato, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá.
Entre o conjunto de propostas apresentadas pela entidade, estão a manutenção da produção do Classic em São José, nova grade salarial para os futuros contratados, extensão da jornada até o limite de duas horas diárias, trablaho em sábados alternativas e renovação do acordo 6 x 1 (seis dias de trabalho e um de folga) e do acordo que prevê trabalho aos domingos, com descanso de um dia durante a semana. A entidade condiciona esses e outros itens à garantia de que não haverá demissões. E só poderão entrar em vigor após o anúncio de novos investimentos.
“As duas partes vieram com disposição para o diálogo. No entendimento do governo, é importante que a negociação leve à garantia de que a GM continue investindo em São José dos Campos”, afirmou o secretário de Relações do Trabalho, Manoel Messias, que participou da reunião. Também esteve presente o prefeito Carlinhos de Almeida (PT). Amanhã (24), às 16h, haverá audiência pública na Câmara Municipal para discutir a situação da GM.
Fonte: Rede Brasil Atual