Demissões do Itaú e Santander é ato irresponsável, diz dirigente
A Coordenação do Nacional do Ramo Financeiro da CTB se reuniu na última sexta-feira (18), para avaliar o ano de 2012 e discutir ações para este ano. Na ocasião, ficou definido o Encontro Nacional dos Bancários, previsto para ser realizado em São Paulo nos dias 13 e 14 de abril, quando será definida a posição da Central dos Trabalhadores e Tratabalhadoras do Brasil (CTB) a ser levada e defendida nos congressos da categoria.
Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo
Publicado 22/01/2013 12:57
Outro ponto importante discutido foi a priorização dos delegados sindicais, para que as ações sindicais sejam feitas durante todo o ano, não apenas no período de campanha salarial, que se inicia no segundo semestre. Para o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e membro da Coordenação do Ramo Financeiro da CTB, Emanoel Souza, os delegados sindicais precisam ser melhor organizados para garantir que a luta sindical ocorra o tempo inteiro, não só na data-base”.
Em entrevista à Rádio Vermelho, Augusto Vasconcelos, vice-presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, falou sobre a agenda de luta da Coordenação do Ramo Financeiro da CTB para 2013, especialmente sobre o processo de precarização e demissões que estão sofrendo os bancários dos bancos Itaú e Santader.
Segundo ele, a postura assumida pelo Itaú e Santander ao logo de 2012 é irresponsável, pois além de gerar demissões, precariza o trabalho dos que permanecem nos bancos.
"De maneira irresponsável, os bancos passaram a utilizar a estratégia da rotatividade no intuito de diminuir o custo da folha salarial, ou seja, despedindo os colegas que ganham mais e contratando colegas que ganham menos. Além disso, em 2012, o Santander adotou outra estratégia, que é o enxugamento da folha e passou a diminuir o numero dos postos de trabalho. E tivemos notícias de que seriam demitidos 5 mil companheiros só no Santander”, explicou o dirigente.
Segundo ele, somente na Bahia, 955 bancários perderam o emprego em dezembro de 2012. Como forma de reverter as demissões, Augusto informou que o Sindicato dos Bancários da Bahia conseguiu uma liminar que reintegrou os bancários demitidos. Ele também ressaltou que outros estados seguiram o mesmo caminho, mas ainda há localidades que os bancários lutam para reverter as demissões.
Audiência no Ministério do Trabalho
Sobre a audiência no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que contou com participação de representantes do Itaú e do Santander, o dirigente informou que os bancos rejeitaram a proposta do MTE. “Os bancos se negam a negociar com bancários. Eles rejeitaram a proposta apresentada durante audiência do MTE. Além do que, não há justificativas para o setor bancário realizar demissões no país, pois nos últimos anos a lucratividade dos bancos só cresce”, pontuou o sindicalista.
Augusto Vasconcelos, que também é membro da Coordenação do Ramo Financeiro da CTB, ponderou que mesmo com lucratividade no Brasil – que supera todas as outras regiões onde o banco atua -, o Santander realizou demissões, o que não ocorreu na Espanha, por exemplo. “Mesmo com a crise, na Espanha, o Santander negociou regras que inibiam aas demissões, ou seja, caminho contrário ao tomado aqui no Brasil".
Possibilidade de greve
O vice-presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia ainda afirmou que os bancários estão mobilizados e irão iniciar um processo de discussão para denunciar a postura intransigente do Itaú e do Santader. Além disso, o dirigente frisou que a categoria não descarta a possibilidade de realizar greve nas agências, caso osbancos não recuem com as demissões e a precarização no ambiente de trabalho.
Ouça íntegra da entrevista: