Salvador: Vereadores do PCdoB são eleitos para a Mesa da Câmara

De acordo com a edil, a composição da mesa teve como fundamento o comprometimento com os princípios e a garantia do cumprimento do ritos legais. “Os projetos estavam sendo aprovados na calada da noite, sem debates. Queremos o compromisso de que essas práticas não serão mais utilizadas”. Segundo Aladilce ainda, a formação reflete de maneira equilibrada todos os partidos com representação na Casa. “Vamos estar vigilantes quanto ao cumprimento desses princípios”.

“Existe hoje uma expectativa na cidadde relacionada ao papel da Câmara, sobre as mudanças, o protagonismo próprio, sem estar subordinada a interesses particulares. Isso sinaliza que estamos inaugurando um novo momento e nosso esforço é para que essas expectativas se materializem”, diz Everaldo. Para ele, um sinal de que isso é possível, é a composição atual da mesa, que é multipartidária e q foi articulada entorno de compromissos, baseados em três plataformas: política (poder autônomo, fiscalizador, elaboração de leis), institucional (funcionamento interno, comissões, relação com os segmentos sociais) e administrativa.

Aladilce, que assume o terceiro mandato consecutivo, é a nova Ouvidora-geral, substituindo a ex-vereadora Olívia Santana, e é uma das três mulheres que compõem a mesa. Everaldo Augusto, que volta à Casa, desta vez eleito diretamente, é ouvidor substituto. A vereadora veterana destacou ainda a importância de se eleger mulheres para a mesa. Das cinco eleitas, três estão na equipe. Fato é inédito na história da Câmara de Salvador Fabíola Mansur (PSB) é a terceira vice-presidente e Cátia Rodrigues (PMN) a terceira secretaria.

“Enquanto Ouvidora, vou cuidar da aproximação entre a Câmara e a população. Quero uma relação estreita, de participação e debates, para qualificar e politizar ainda mais a Câmara”, completa Aladilce. “O nosso mandato vai contribuir para isso, dando visibilidade às questões relacionadas aos trabalhadores, mobilidade urbana, esporte e educação”, conclui Everaldo.

Chapa única

A decisão do PCdoB de defender a realização de um pleito com chapa única foi tomada após reunião entre os vereadores eleitos e o presidente do diretório municipal no último dia 26 de dezembro. A intenção era que não houvesse disputa entre chapas e que todas as forças políticas trabalhassem no consenso, tendo representação das bases do governo e da oposição na composição.

Em encontro com o candidato a presidente Paulo Câmara, os comunistas apresentaram os pontos que devem nortear a gestão da mesa. Entre os principais, fazer a Câmara funcionar como espaço independente do Executivo e não aceitar que projetos sejam aprovados sem debates entre os edis e a sociedade, transparência da gestão dos recursos, proporcionalidade na formação das comissões de trabalho, utilização dos critérios de competência e profissionalismo para a ocupação dos cargos e garantia da representação da oposição na Mesa.

"Aceitamos fazer parte da chapa de Paulo Câmara pelo compromisso que ele assumiu de restabelecer a democracia, debater os projetos antes de votações e fortalecer a postura independente do Legislativo", explica Aladilce.

De Salvador,
Maiana Brito