Dívida de R$ 50 bi é "gravíssima", diz Haddad
Prefeito de São Paulo quer ajuda direta da presidente Dilma Rousseff para viabilizar sua gestão; audiência com ministro Guido Mantega pode ocorrer nos próximos dias; "Só aguardo um telefonema dele", disse Fernando Haddad; ele acrescentou que, agora, não terá recursos para cumprir promessas de campanha; dinheiro para custeio da máquina pode durar apenas um mês; está aberta a temporada de renegociações das dívidas municipais.
Publicado 02/01/2013 17:55
Está estimada em nada menos que R$ 50 bilhões a dívida do município de São Paulo, o maior do País, com a União. A conta é do novo prefeito Fernando Haddad. Até a posse, na terça-feira 1, ele procurou ser discreto quanto as finanças da cidade. Evitou falar em números e até mesmo elogiou o comportamento na fase de transição do antecessor Gilberto Kassab. Mas bastou a cerimônia de transmissão de cargo para o próprio Kassab classificar como "delicada" a situação do caixa municipal. Haddad, por sua vez, disse que a dívida com a União compromete "200 por cento da arrecadação municipal" e, por isso, inviabiliza investimentos. Ele só vê uma saída para esse quadro: o socorro de Brasília.
Uma audiência de trabalho com o ministro Guido Mantega, da Fazenda, já foi solicitada para o quanto antes – antes mesmo das férias programadas pelo ministro. "Estou só aguardando um telefonema dele", disse Haddad, pronto para decolar para a capital do País, abrindo, assim, a temporada de renegociação das bilionárias dívidas municipais.
"Ele me assegurou que vai me receber antes das suas férias", acrescentou Haddad, para quem o problema do caixa de São Paulo não será novidade para Mantega. "Já tivemos algumas reuniões e ainda esta semana teremos um novo encontro".
O prefeito acredita que não apenas para Mantega, mas também para a presidente Dilma Rousseff "há uma percepção de que a situação ficou insustentável".
"No caso dos Estados, a situação é grave e no de São Paulo é gravíssima, incomum", completou. Mesmo sem a repactuação, Haddad afirmou que irá começar o seu governo com os recursos orçamentários de custeio, o suficiente para um mês, e com as parcerias dos governos estadual e federal. "Não temos recursos para o que foi divulgado na campanha, mas já havíamos dito que vamos buscar os recursos que são de São Paulo, tanto do governo federal, quanto do estadual", concluiu.
Fonte: Brasil 247