Equador alcança grandes conquistas econômicas e sociais

Foi um ano muito bom, resumiu o presidente equatoriano, Rafael Correa, ao destacar as conquistas econômicas e sociais de seu governo em 2012, ainda que sem esconder as dificuldades para aprovar leis e a guerra declarada da imprensa privada.

Os avanços são evidentes e nem sequer os inimigos do governo se dão o trabalho de tentar ocultá-los, pois estão à vista, ainda que suas ferramentas de ataque sejam os problemas sociais herdados, como a insegurança, que é menor mas não foi erradicada.

Neste país, que carece de moeda nacional por ter sido dolarizado em 2000 pelo governo de turno, dos atuais 15 milhões 635 mil equatorianos, 49.56% vive na região andina; 44.62% na costa e pouco mais de cinco por cento na amazônica.

Segundo antecipou o próprio Correa, o Equador espera fechar este ano com um crescimento do Produto Interno Bruto (PBI) de cerca de cinco por cento, depois de, no ano de 2011, ter se situado entre os países com maior crescimento em toda a região.

O nível de desemprego caiu neste ano a 4,2%, a taxa mais baixa na história do país e possivelmente da América Latina, acompanhado pela redução da pobreza mediante uma política de geração de empregos de qualidade que está dando resultados.

No Equador, o salário básico unificado aumentou de 264 dólares no ano passado a 292 no dia 1º de janeiro de 2012, o que responde às variáveis de inflação (5,14% nesse mês) e produtividade (5,43%), conjugando um aumento de 10,6%.

O país espera que o salário mínimo se converta em um "salário digno", meta estabelecida a partir da cesta básica unificada.

Pela primeira vez na história do Equador, a pobreza extrema por renda (miséria total) está em um dígito, a 9,4%, o que é praticamente a metade do valor ao início deste governo em 2007, quando 16,9% da população se encontrava nessa condição.

O indicador de pobreza por renda, os que não podem comprar uma cesta de consumo para satisfazer as necessidades básicas, está na atualidade ao redor de 25,3%, 12,3 pontos percentuais menos que os 37,6% de dezembro de 2006.

Os maiores índices de redução da pobreza, segundo cifras oficiais, são nos setores indígenas e tradicionalmente excluídos como os afrodescendentes e montúbios. A essa política se soma a eliminação do trabalho infantil, que retirou dessa situação mais de 450 mil meninos e meninas nos últimos cinco anos.

Isto foi reconhecido pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), quando colocou o Equador como um dos melhores países em 2011 em redução da pobreza, assim como na atenção a mais de 130 mil pessoas com deficiências.

Os saltos são impressionantes em educação e saúde pública universal e gratuita, em assistência social a idosos e apoio a mães solteiras chefes de famílias, mediante o Bônus de Desenvolvimento Humano outorgado a mais de um milhão 800 mil beneficiários.

Perto de receber um aumento de 30 a 50 dólares mensais, este Bônus é entregue sob condição de que as mães enviem seus filhos a escolas e garantam seu adequado crescimento com programas de alimentação infantil para evitar a subnutrição crítica.

De um país primário exportador, baseado na extração de petróleo, ainda que importador de derivados e de eletricidade de suas nações vizinhas, o Equador está empenhado em mudar a matriz produtiva para se converter em um Estado que oferece serviços associados ao conhecimento.

Com investimentos milionários em oito centrais hidrelétricas, a partir de 2016 não só deixará de importar eletricidade da Colômbia e do Peru, mas também a exportará, e com um megaprojeto de 12 bilhões de dólares na Refinaria do Pacífico também exportará derivados.

Fortes investimentos da China, da Venezuela e de outros países no Equador são evidência contra as campanhas sobre o pouco atraente que o país é ao investimento estrangeiro, já que está desenvolvendo, além dos projetos mencionados, a exploração de hidrocarburantes ao sul da nação e a mineração.

"Não podemos ser mendigos sentados sobre um saco de ouro", disse Correa em várias ocasiões aos que se opõem à exploração mineira responsável, quando já há evidências de grandes reservas de cobre, ouro e outros minerais a serem exploradas.

Em resposta àqueles contrários ao desenvolvimento mineiro, alegando defender a natureza, o mandatário equatoriano demonstrou com cifras que os maiores depredadores são a expansão da fronteira agrícola e a mineração clandestina irresponsável.

Frente a isso, proclamou o compromisso de dedicar parte importante da renda petroleira e das utilidades mineiras à eliminação da pobreza nesses territórios, os mais abandonados da história nacional, até que seja eliminado esse injusto atraso.

Junto a isso, o Equador propõe ao mundo preservar o Parque Yasuní ITT, onde se concentra a maior riqueza em flora e fauna da humanidade, em troca da corresponsabilidade internacional com metade do que se obteria ao explorar essas reservas de petróleo.

A recuperação da ferrovia, com a reconstrução da rota inaugurada pelo histórico líder Revolucionário Liberal, Eloy Alfaro, unirá de novo Quito com a costa do Pacífico, e um moderno aeroporto entrará em funcionamento em fevereiro nesta capital.

Quase nove mil quilômetros de estradas e 78 pontes por todo este país andino são a principal herança destes pouco mais de cinco anos de governo, às vésperas de novas eleições no próximo dia 17 de fevereiro, quando o povo decidirá sobre sua reeleição.

Apesar do inquestionável apoio majoritário da população, Correa está enfrentando uma feroz avalanche midiática da imprensa privada e uma estratégia opositora para impedir que o Movimento Aliança PAIS conquiste nas urnas a maioria parlamentar.

Vitorioso em numerosas eleições e consultas populares, o governo da Revolução Cidadã espera em um novo período avançar em vários eixos e aprovar leis bloqueadas até agora pela oposição como as de terras, água, comunicação, cultura e o código penal.

As conquistas sociais, econômicas, culturais e patrimoniais, o resgate da soberania e a dignidade, e o prestígio conquistado por sua firme política internacional a favor da unidade e integração da Pátria Grande latino-americana do Caribe, são a chave para o triunfo de Correa.

Prensa Latina