Fórum Social Mundial conclama movimentos pelo Estado da Palestina
“A nossa luta somente terminará quando o Estado da Palestina se tornar uma realidade.” Com essa frase o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Al Zeben, sintetizou a realização do Fórum Social Mundial Palestina Livre, que se iniciou nesta quarta-feira (28), em Porto Alegre.
Por Emanuel Mattos, jornalista da CTB/RS.
Publicado 29/11/2012 13:22
Cerca de 160 atividades promovidas por movimentos sociais, organizações não governamentais e comitês de solidariedade de mais de 30 países compõem a programação que terá como ato final no sábado (1º) a Assembleia dos Movimentos Sociais.
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O ato de maior destaque ocorrerá nesta quinta-feira (29) com a marcha que percorrerá as principais ruas do centro da capital gaúcha, a partir das 17h, na qual são esperadas dez mil pessoas. Exatamente no dia em que a Palestina deverá ser aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Estado-observador (como é o caso do Vaticano). O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, está em Nova York, onde acompanhará essa votação histórica, fato esse que o impediu de comparecer ao FSMPL.
“Vamos seguir trabalhando para que a Palestina seja um Estado, para que Israel também seja um Estado, ambos respeitando o direito internacional. Hoje, o Estado de Israel não reconhece o Estado da Palestina e é por isso que nós estamos aqui. Esse Fórum, que se realiza em Porto Alegre, capital da convivência com a diversidade, está sendo realizado contra qualquer discriminação”, disse o embaixador palestino durante concorrida entrevista coletiva, realizada na Usina do Gasômetro, local cedido pela Prefeitura.
“Queremos discutir de forma civilizada a situação do povo palestino, de maneira solidária, para não dar nenhum pretexto para aqueles que não querem uma Palestina livre. Pedimos à comunidade israelense de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e do Brasil que nos apoiem para que juntos tenhamos uma Palestina livre. Um país livre não pode ser ocupado, não pode sofrer repressões. Queremos uma Palestina com todos vivendo em paz, harmonia e tendo em vista um futuro digno para todos. A última agressão à Gaza não é uma forma civilizada de convivência entre países vizinhos. Não queremos ser bombardeados”, afirmou Ibrahim Al Zeben.
Ao conclamar todos os participantes para que contribuam com criatividade, pensamento e ação pelo sucesso do Fórum, o embaixador da Palestina finalizou: “Esperamos não ter que realizar outros Fóruns, pois queremos um Estado da Palestina livre muito em breve. Esperamos que Israel admita que nós tenhamos direito de existir e que essa agressividade chegue ao fim para que os dois Estados possam viver em paz e harmonia. A todos, a nossa gratidão e reconhecimento pela solidariedade do povo brasileiro, ao governo do estado, às centrais sindicais, partidos políticos e a todas as entidades participantes do Comitê que representam segmentos da sociedade civil brasileira. Quem sabe surja nesse Fórum realizado no Brasil, a solução definitiva para que Palestina e Israel possam finalmente conviver de maneira pacífica”.
Prestigiaram a coletiva do Comitê pelo Estado da Palestina, além do embaixador Ibrahim Al Zeben, em um ato coletivo de solidariedade à causa palestina, o presidente da Federação Palestina do Brasil, Elayyan Aladdin; o vice-presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Marcelo Sallum; a presidenta do Conselho Mundial da Paz e do Cebrapaz, Socorro Gomes; a dirigente da Federação Democrática Internacional de Mulheres e também no evento representando a UBM, Liège Rocha; o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício; o presidente nacional da Unegro, Edson França; o presidente da CUT/RS, Claudir Nespolo; o presidente da CTB/RS, Guiomar Vidor; o presidente da UGT/RS, Paulo Barck; o dirigente nacional da Força Sindical, Antonio Marcicano; o dirigente do Partido Pátria Livre, Nataniel Bahia; e a diretora da Federação Nacional dos Médicos, Maria Rita, entre outras.