UFMG: 39% dos brasileiros têm aplicações; poupança é a preferida
Fazer investimentos ainda não é um hábito dos brasileiros. A maior parte deles, 61%, não tem nenhuma aplicação financeira segundo uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O levantamento – encomendado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) – foi realizado nas 27 capitais brasileiras. Foram ouvidas 623 pessoas.
Publicado 28/11/2012 08:55
O índice de investidores sobe um pouco quando se trata das classes A e B – 52% dos entrevistados dessa faixa de renda disseram ter o costume de fazer aplicações financeiras. Nas faixas C e D, o percentual é menor, de 29%.
Dentre os que têm aplicações financeiras como hábito, a opção preferida é a poupança. A caderneta é a única aplicação financeira de 27% dos entrevistados. Nas classes A e B, esse percentual é de 31%. Outros 7% disseram usar a caderneta de poupança conjuntamente com diferentes modalidades de investimentos. Apenas 5% dos consumidores ouvidos afirmaram que investem, mas que não têm recursos em poupança.
Nas classes C e D, as alternativas à poupança têm menos espaço. Apenas 4% dos entrevistados dessa faixa de renda disseram recorrer a outras opções para realizar investimentos de seus recursos.
Para Nelson Barrizzelli, economista do SPC Brasil, a preferência do brasileiro pela caderneta se explica pela segurança oferecida pela modalidade. "[A poupança] tem garantia do governo, não tem incidência de imposto de renda e não cobra encargos sobre operações financeiras", afirma Barrizzelli, acrescentando que a caderneta tem sido cada vez mais usada como reserva de liquidez, ou seja, para uso em situações de emergência. É bom lembrar que o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) garante até R$ 70 mil por CPF por instituição financeira.
Mesmo depois da alteração das regras de remuneração da poupança, que reduziu o rendimento da caderneta a 70% da taxa básica de juros da economia (Selic), a modalidade vem batendo mês a mês recordes de captação líquida. No acumulado do ano, até outubro, as aplicações superaram os resgates em R$ 36,43 bilhões.
No mesmo período, até outubro, os fundos de investimento registraram captação líquida de R$ 104,44 bilhões, de acordo com dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O patrimônio líquido total da indústria de fundos de investimento soma R$ 2,18 trilhões.
O levantamento da Anbima mostra ainda que quase a metade dos recursos – R$ 1,04 trilhão – está sob gestão das três maiores instituições do mercado brasileiro: Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Bradesco.
Fonte: Valor Econômico