Prestes Filho: O território do jongo e seu potencial econômico
Nos dias de hoje, pensar a cultura como dimensão da sociedade, “como aspecto de um processo produtivo”, torna-se necessário para entender os processos sociais e como estes se relacionam com os demais setores da sociedade. Assim, entender o processo produtivo da economia do jongo, nestes diferentes setores torna-se importante para contribuir para o processo de entendimento deste movimento.
Por Luiz Carlos Prestes Filho*
Publicado 27/11/2012 11:07
Heloísa Buarque de Hollanda (2).
Ao longo do século 20, foram criadas as escolas de samba e os Centros de Tradições Gaúchas (CTG), movimentos culturais que demarcaram seus territórios específicos. O primeiro tem sua matriz na cidade do Rio de Janeiro e o segundo, no estado do Rio Grande do Sul. O jongo, por sua vez, com suas profundas raízes quilombolas (3), continuou vivo – e em alguns casos renasceu – nas cidades de Piquete, Guaratinguetá, Lagoinha, São Luiz do Paraitinga, Pinheiral, Angra dos Reis, Valença, Barra do Piraí, Rio de Janeiro (Madureira), Santo Antônio de Pádua, Miracema, Quissamã e São Mateus. A existência desses territórios permite planejar a institucionalização da cultura do jongo, através da promoção de seus agentes locais.
A exploração do potencial econômico do jongo pode permitir que ele não somente exista ou que simplesmente continue “respirando”, pode transformá-lo em ferramenta capaz de levar o desenvolvimento econômico para as comunidades que o praticam. Sim, o jongo continua vivo, mas isso não significa que ele esteja bem de saúde financeira. A maioria expressiva de seus líderes e dos grupos passa por dificuldades materiais e de infraestrutura. Essa realidade pode e deve ser transformada positivamente. Neste contexto, importante considerar a afirmação de Celso Furtado: “Os povos oprimidos constituíram-se naqueles que mais contribuíram para a configuração do modo de ser brasileiro. Estes povos concentraram toda sua criatividade em artes que, como a música e a dança, requeriam menor suporte material. Só lhe coube um papel subalterno no desenvolvimento da civilização material, já que lhes estava vedado o acesso a formas artísticas que pressupõem a acumulação de riqueza” (4).
Resistência, identidade, desenvolvimento
Muitas vezes, quando falamos de artistas e movimentos culturais que ofereceram resistência aos governos autoritários no Brasil, exaltamos somente os bravos autores que foram reprimidos pelas ditaduras – Graciliano Ramos, Geraldo Vandré, entre outros – e a história dos Centros Populares de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE). Esquecemos-nos de reverenciar todos aqueles que mantiveram as chamas do jongo, do nativismo gaúcho e do carnaval acesas.
A manutenção do jongo foi algo fundamental para que ele chegasse até os dias de hoje com força e originalidade, passando pela repressão do Estado Novo fascista de Getúlio Vargas e pela violência do golpe civil-militar fascista de 1964. Os líderes quilombolas/jongueiros tiveram sabedoria suficiente para manter de pé a tradição negra, afro-brasileira, rejeitada pela elite branca racista ao longo de cinco séculos.
O circuito dos festivais nativistas que se ramificou por todo o estado do Rio Grande do Sul potencializou a canção gaúcha. Os CTGs, hoje existentes em todo o território nacional (há CTGs até mesmo fora do país), estão interligados numa rede de trocas culturais e comerciais. Tanto que o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais Musicais (ECAD) realiza um trabalho planejado para esse segmento da música brasileira, a canção nativista.
O Carnaval, por sua vez, foi potencializado no Rio de Janeiro, na Bahia, em Pernambuco (Recife e Olinda) e em São Paulo, criando sua própria rede de trocas culturais, sociais e econômicas. Para a televisão brasileira é impossível desconsiderar o poder comercial dos desfiles da Marquês de Sapucaí e de São Paulo; dos blocos de Salvador, de Recife e Olinda. Hoje, há muitos grêmios recreativos carnavalescos interligados com as escolas de samba existentes na Finlândia, França, Alemanha, Portugal, Estados Unidos e Japão. Tanto é que, em pesquisa realizada (5) junto às bordadeiras do município de Barra Mansa, interior do Rio de Janeiro, identificamos que 20% da produção são realizados para exportação. São escolas de samba estrangeiras e grupos culturais de outros países que fazem – todos os anos – encomendas de peças de bordado para os seus figurinos.
Qual a dimensão econômica da rede do jongo no Brasil? Penso que para responder a essa pergunta devemos realizar uma pesquisa nacional sobre o tema. Assim como estudamos a Cadeia Produtiva da Economia da Música (6) e a Cadeia Produtiva da Economia do Carnaval, devemos estudar a Cadeia Produtiva da Economia do Jongo. Um amplo questionário respondido pelos líderes e membros de comunidades que praticam o jongo em todo o Brasil e um levantamento sobre o impacto em arrecadação de direitos autorais setoriais, no ECAD, nos dariam uma aproximação dos números.
Tradição: permanência e transformação
Pelas leituras realizadas, verifiquei que o processo de institucionalização do jongo é muito frágil, em que pese a existência de uma série de trabalhos acadêmicos sobre sua importância histórica, social e estética. Mas o movimento jongueiro não tem capacidade de ditar as diretrizes daquilo que é ou não é jongo; pouco tem definido o universo até mesmo de sua indumentária típica.
O gaúcho definiu e defende o seu cosmos; valoriza a pilcha, suas danças tradicionais, a música e canção nativista, o churrasco, entre outros elementos simbólicos. Essa institucionalização contribuiu para o desenvolvimento de uma economia da cultura gaúcha, fazendo esses produtos circularem num mercado próprio, fortalecendo a identidade regional.
A cada ano, a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, Liesa (representa 12 escolas); a Liga das Escolas de Acesso do Rio de Janeiro, Lierj (representa 19 escolas); a Associação das Escolas de Samba Mirins, AESM-Rio (representa 17 escolas); e a Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro, AESCRJ (representa 39 escolas) lançam seus regulamentos para os desfiles de carnaval. São detalhes sobre o que pode e o que não pode nas alas das baianas; na apresentação dos mestres-salas e porta-bandeiras; na formação das baterias; na apresentação dos destaques; na volumetria dos carros alegóricos e tripés; e muitas outras normas. A institucionalização é algo inevitável.
Vale destacar que essa institucionalização não corresponde a um mero engessamento de aspectos formais, que poderia mesmo ser fatal à própria lógica criativa, espontânea e inovadora da cultura popular, uma vez que é produzida pelos próprios agentes dessas manifestações culturais – gente que vive, trabalha, respira, sonha todo o tempo essa realidade. Essa institucionalização constitui um processo que evoluiu e que continua a evoluir ao longo das décadas, acompanhando o verdadeiro sentido da tradição. Como afirma o historiador Hiram Araújo, “o carnaval é uma arte em permanente evolução. De um ano para o outro o carnaval nunca é igual”. A mesma lógica se aplica às transformações verificadas no Movimento Tradicionalista Gaúcho.
A institucionalização do jongo pode vir a apresentar os mesmos resultados positivos que vieram com a institucionalização do Carnaval e dos CTGs. O fortalecimento das atividades de arrecadação de valores, por conta da execução pública de obras musicais do jongo, é um detalhe. Mas pode permitir que as comunidades recebam recursos fundamentais para o futuro da atividade.
E por que não definir e potencializar a indumentária do jongo? Fazer da mesma um produto da economia da moda étnica?
Plano de ação
As comunidades que praticam o jongo podem continuar sendo associações sem fins lucrativos. Esse aspecto contribui para a sua expansão. As escolas de samba de todo o Brasil são Grêmios Recreativos, sociedades civis sem fins lucrativos. Elas são prestadoras de serviços públicos. Quem lucra com o carnaval é a economia do turismo (hospedagem, transporte e alimentação); a indústria de bebidas; a economia do Rádio e da TVs; a indústria gráfica e editorial de livros, jornais e revistas; a indústria de instrumentos musicais; e a internet. Os CTGs também são sociedades civis sem fins lucrativos. Portanto, temos que descobrir como articular o jongo com essas atividades produtivas.
O jongo pode dar um impulso para muitas cadeias produtivas da economia da cultura. Gerando emprego e renda na TV, no rádio, no turismo, de instrumentos musicais, gráfica e editorial, entre outras. O importante é realizar o Planejamento Estratégico dos Principais Agentes Econômicos do Jongo para potencializar esta rede já existente.
Na minha modesta opinião será difícil continuar a condenação do “turismo exploratório e predatório” nas comunidades que praticam jongo, como faz Edgard Freitas Cardoso. Até porque, fazem parte da lógica do sistema econômico vigente a exploração e a comercialização de bens, mesmo bens com valor simbólico ou histórico. O autor está certo quando diz que algumas comunidades quilombolas vivem uma “nova servidão (agora cultural)”. Mas me parece que o movimento em defesa e prática do jongo não pretende derrubar o poder do capital. Pode até pretender condenar o mesmo e participar de movimentos sociais revolucionários, mas o objetivo imediato é o de potencializar as comunidades e seus líderes.
As danças, imagens e músicas do jongo, desde que exploradas e negociadas, devem trazer retorno real para seus autores diretos ou proprietários de titularidade comunitária. Isso é possível porque desde novembro de 2005, de acordo com o Dossiê n. 5 Jongo no Sudeste, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o jongo foi proclamado patrimônio cultural brasileiro pelo próprio Conselho Consultivo do Iphan.
Para a Organização Mundial do Comércio (OMC) e, especialmente, para a Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), a propriedade intelectual está no centro das disputas comerciais entre as nações na atualidade. As convenções internacionais, das quais o Brasil é signatário (7), vieram para defender os interesses dos titulares. Assim como defendemos a denominação da cachaça e do açaí nos mercados da Comunidade Econômica Europeia, do Mercosul, Ásia e do Estados Unidos-Canadá, devemos proteger a palavra jongo e todos os produtos que dela derivam – tanto materiais como imateriais. Transformar-se-ia, desta maneira, a proclamação do Iphan acima citada numa ferramenta de fortalecimento econômico dos proprietários de titularidade.
O momento seria de fortalecimento da infraestrutura dos ambientes jongueiros (cidades, distritos ou bairros) e de seus agentes sociais e econômicos. A busca do lucro não deve ser desconsiderada.
Territórios da economia da cultura
No ano passado, tive a honra de coordenar a edição da revista Inteligência Empresarial do Centro de Referência em Inteligência Empresarial intitulada “O Porto Maravilha e a Pequena África” (8). Através de um conjunto de textos de especialistas em economia, história, carnaval, gestão empresarial, meio ambiente, arqueologia, exportação, urbanismo, arquitetura e economia da cultura, realizamos uma publicação pioneira que demarcou – pela primeira vez visualmente – a Pequena África (9). Demonstrou que a mesma é maior territorial e historicamente do que o Porto Maravilha (10). Desta maneira, a mesma deveria ser reverenciada e protegida. Esse território ganha uma identidade ímpar e um potencial original a ser explorado através da ótica da economia criativa e de seu núcleo central, a economia da cultura, pois seus criadores e titulares de propriedade intelectual têm força para potencializar o território em questão em longo prazo.
A história da Pequena África é um verdadeiro “ouro negro”, nas palavras da gestora cultural Claudia Castro: “com sua cultura e ritmos, cores e danças, trazidos da África, a Pequena África reluz no porto do Rio de Janeiro em pleno século XXI e ainda não se paga o devido preço por essa riqueza de diversidade e originalidade. Pelo Cais do Valongo, hoje identificado e protegido, passaram centenas de milhares de negros escravizados diretamente dos navios negreiros” (11).
Foi neste pedaço de chão do Rio de Janeiro que “uma enorme quantidade de ex-escravos vindos do vale do Paraíba, onde se concentravam as grandes fazendas do século XIX, todos mantidos sob forte discriminação racial, juntou-se aos que viviam na cidade do Rio de Janeiro”, afirma Humberto Franceschini em seu livro Samba de Sambar do Estácio. Esses negros – continua o autor –, “trouxeram contribuição musical diferente da dos baianos, particularmente para as rodas de batucada. O jongo, contendo elementos de ligação com o candomblé e a mesma formação dos sambas de roda do Nordeste, era mais importante para eles que o samba para os baianos. Todos se concentravam na Pequena África, situada além do Campo de Santana. Vivenciaram situação bastante pior que a da escravidão. Não havia a menor possibilidade de trabalho. Atingiram miséria absoluta. Muitos, submissos desde pequenos, aceitaram sem rebeldia; outros se rebelaram.
Para estes, a solução foi o caminho da capoeiragem, à qual se dedicaram com afinco, e brilharam. As poucas possibilidades de trabalho eventual eram sempre obtidas por imigrantes europeus não discriminados pelo racismo reinante. Os pretos ex-escravos permaneciam como ‘peças’ e tratados como sub-humanos, apesar de toda literatice oficial dizer o contrário. Eram considerados abaixo dos animais de serventia”. Neste caldeirão, como foi dito acima, nasceu o samba, na casa da Mãe de Santo, a Tia Ciata; nasceu Machado de Assis, na Ladeira do Livramento; nasceu Ernesto Nazareth, no antigo Morro do Nheco, hoje Morro do Pinto; e nasceu o Carnaval, na Praça Onze, local que registrava no início do século 20 uma densa camada de ex-escravos, misturada a judeus, árabes e ciganos.
Não podemos deixar de lado este e os outros territórios apresentados acima, de vital importância histórica, social e cultural para o jongo. Podemos interligá-los através de programas e projetos que potencializem suas atividades econômicas e façam surgir um novo cenário para essas populações marginalizadas dos processos da Economia da Cultura. Sempre respeitando sua matriz; preservando sua identidade, ou identidades; protegendo suas lideranças; dando infraestrutura para seu desenvolvimento. Assim como em Conservatória (12), a cidade das serestas e serenatas, a música é o fator de desenvolvimento econômico para as cidades de Piquete, Guaratinguetá, Lagoinha, São Luiz do Paraitinga, Pinheiral, Angra dos Reis, Valença, Barra do Piraí, Rio de Janeiro (Madureira), Santo Antônio de Pádua, Miracema, Quissamã e São Mateus, e o jongo pode ser a atividade econômica central, dentro da economia da cultura local.
Interessante a observação da atriz e produtora cultural Simone Cerqueira (13), ativa participante da ONG Estimativa (14): “O jongo está relacionado com a necessidade do resgate da cultura negra no Brasil, mas não só da cultura como da autoestima negra. O gaúcho valoriza o ser gaúcho, o índio valoriza o ser índio. E o negro? Ainda estamos caminhando vagarosamente para nos redescobrirmos (eu me incluo). O jongo pode promover este encontro com nós mesmos. Por outro lado, pode e deve ser uma atividade cultural que gere renda, por que não? Devemos tomar cuidado com aqueles que dizem que o teatro tem que ser por amor, por estética somente. Será esse o verdadeiro teatro? Quando cobramos a bilheteria, a produção ou a elaboração estética (…) estamos mercantilizando a arte? Mas poderia ser diferente? Os artistas têm que viver do seu trabalho. E o jongo deve saber viver do jongo!”.
Pensar a cultura como dimensão da sociedade, “como aspecto de um processo produtivo” (15), é necessário penetrar num campo conceitual pouco explorado que é o da economia da cultura, dizia Celso Furtado. Neste sentido, o processo produtivo da economia do jongo, seu território, ao ser identificado, pode oferecer grandes oportunidades para seus criadores, líderes e seguidores.
Para terminar, como dizem os jongueiros: Machado! (16).
Notas
(1) Texto de Luiz Carlos Prestes Filho, especialmente escrito para o evento Jongo na Telha, realizado na Casa Gira Mundo, Rio de Janeiro, no dia 21 de julho de 2012.
(2) Livro Economia da Cultura – a força da indústria cultural do Rio de Janeiro, páginas 31-32. Rio de Janeiro: E-Papers, Faperj, 2002.
(3) Os atuais quilombos nos remetem aos séculos 16, 17, 18 e 19, ao Brasil Colônia e Brasil Imperial. Séculos que tinham no braço do trabalho escravo sua principal matriz econômica e social.
(4) FURTADO, Celso. Ensaios sobre Cultura e o Ministério da Cultura, Rio de Janeiro: Contraponto, página 78, 2012.
(5) PRESTES FILHO, Luiz Carlos e equipe. Cadeia Produtiva da Economia do Carnaval, Rio de Janeiro: E-Papers, 2009.
(6) PRESTES FILHO, Luiz Carlos e equipe. Cadeia Produtiva da Economia da Música, Núcleo de Estudos de Economia da Cultura e PUC-Rio, Rio de Janeiro, 2005.
(7) Convenção da Diversidade Cultural da UNESCO afirma que o valor cultural está associado ao valor tanto simbólico como ao valor econômico.
(8) Revista Inteligência Empresarial, Rio de Janeiro: E-Papers, n. 36, 2011.
(9) No território da Pequena África nasceu o samba, na casa da Tia Ciata; o Carnaval, no Estácio, através da fundação da primeira escola de Samba, a Deixa Falar de Ismael Silva; nasceu a primeira gafieira, fundada por negros; e nasceu o escritor Machado de Assis.
(10) O projeto Porto Maravilha, criado pelo governo municipal do Rio de Janeiro, em parceria com a iniciativa privada, pretende modernizar a Zona Portuária do Rio de Janeiro.
(11) Claudia Castro, especialista em economia da cultura e gestora cultural, em depoimento ao autor, 2011.
(12) Conservatória, distrito de Valença/RJ, é conhecida como a cidade das serestas e serenatas. Todas as madrugadas de sexta e sábado, centenas de seresteiros cruzam suas ruas cantando canções de amor. Este produto atrai milhares de turistas todos os anos que geram receita para as pousadas, os hotéis fazenda, restaurantes, museus, comércio em geral e lojas de artesanato.
(13) Simone Cerqueira, depoimento ao autor, Rio de Janeiro, 2012.
(14) Estimativa é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que atua na promoção, divulgação e realização de eventos socioculturais que tenham como foco, principalmente a cultura afro-brasileira.
(15) FURTADO, Celso. Ensaios sobre Cultura e o Ministério da Cultura, Rio de Janeiro: Contraponto, páginas 67-68, 2012.
(16) Nas rodas de jongo do Quilombo São José da Serra, Valença/RJ, os pontos são terminados com a palavra “machado”. Esta palavra é evocada para encerrar determinada atividade que pode ser musical, coreográfica ou as duas ao mesmo tempo.
*Luiz Carlos Prestes é especialista em economia da cultura.
**Publicado na versão impressa da revista Princípios, edição 120 (agosto/setembro 2012)