Egito tem dia de protesto contra aumento de poderes do presidente
Nesta quinta-feira (22), o presidente do Egito, Mohammed Mursi, anunciou uma série de medidas que aumentam e blindam o seu poder no país. Contra a medida, oposição organiza um dia de protestos no país e acusa o presidente de perpetrar um golpe de Estado, já que, a partir desta quinta-feira (22/11), nem mesmo membros do Judiciário poderão revogar medidas do Executivo.
Publicado 23/11/2012 10:04
Com o novo decreto, as decisões tomadas por Mursi desde o dia 30 de junho, quando assumiu o poder, até a elaboração de uma nova Constituição são “definitivas” e não podem ser suspensas ou canceladas.
O porta-voz do Sindicato dos Advogados, Sameh Ashour, e líderes da oposição como o diplomata Mohamed el Baradei e Amr Moussa alegaram que o gesto de Mursi cria um “monopólio das três instâncias de poder” e promove “a execução total da independência do Judiciário”.
"Estamos convocando todos os egípcios a protestarem pelo país nesta sexta-feira (23/11)", disseram em uma entrevista coletiva conjunta. Eles também receiam a decisão do governo levar aqueles que lutaram contra a oposição ao regime do ex-ditador Hosni Mubarak em 2011 a um novo julgamento.
O governo argumenta que a decisão de Mursi visa a proteger a revolução egípcia. Na noite desta terça-feira (22), milhares de partidários do presidente se reuniram em frente à Suprema Corte de Justiça do Egito para celebrar o anúncio da medida.
Mahmoud Ghozlan, porta-voz do partido de Mursi, a Irmandade Muçulmana, classificou o gesto do governo de ‘”revolucionário e popular”. O argumento do próprio Mursi é de que, somente dessa forma, sera possível “limpar as instituições do Estado” e destruir o que chama de “infraestrutura do antigo regime”.
Entre os primeiros decretos de Mursi está a autorização para que os 100 membros da Assembleia Constituinte estendam em dois meses o prazo máximo para a formulação de um novo texto constitucional para o país. Uma vez concluído, ele alega que os termos serão levados a referendo popular.
A medida foi tomada exatamente um dia após mediar o cessar-fogo entre palestinos e israelenses.
Com informações do Opera Mundi