PPS e PSDB planejam golpe; espetáculo da mídia deve continuar
O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma hoje (7) o julgamento do processo do chamado "mensalão" e, pelo visto, o espetáculo para a imprensa deve continuar. Deputados e senadores do PSDB e do PPS protocolaram, na tarde de ontem, na Procuradoria Geral da República (PGR), representação contra o ex-presidente Lula para que ele seja investigado. PPS, PSDB e DEM haviam elaborado o documento na semana passada.
Por Helena Sthephanowitz*, no blog Os Amigos do Presidente Lula
Publicado 07/11/2012 10:20
A representação baseia-se em reportagem da revista Veja envolvendo o empresário Marcos Valério, apontado como o operador do "mensalão" e condenado pelo STF por peculato, corrupção ativa, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
O documento é assinado pelo presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), o líder do partido na Câmara, deputado Rubens Bueno (PPS-PR), o líder do PSDB no Senado, senador Álvaro Dias (PR), o líder da minoria na Câmara, deputado Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), e o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Nele, os parlamentares afirmam levar ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, "alguns fatos que, em tese, poderiam ensejar a propositura de uma nova ação penal, intimamente ligada àquela já referida a do mensalão".
DEM recuou
O DEM avisou que ficaria fora por avaliar que, sem indícios concretos da participação de Lula, o pedido tende a naufragar e, de quebra, render um "atestado de bom-moço" para o ex-presidente.
Na Procuradoria Geral da República, avalia-se que o objetivo da defesa de Valério é tentar tumultuar o processo e anulá-lo pela força de uma nova instrução criminal, o que reabriria a investigação.
Promotores de SP – a maioria ligada ou filiada ao PSDB – querem ouvir Valério.
Em São Paulo, promotores pediram a Gurgel detalhes sobre o depoimento de Valério e também querem ainda ouvir o publicitário.
Há o interesse. Há uma série de pontos que coincidem com elementos da promotoria sobre o caso – disse o promotor Roberto Wider Filho –, que iniciou as investigações sobre Celso Daniel, em janeiro de 2002.
Em 2006, – ano eleitoral – o Ministério Público de São Paulo tentou ouvir Valério, mas não teve sucesso. Agora, talvez visando 2014, vão tentar novamente.
* Helena Sthephanowitz escreve sobre política, mídia e outros temas. Ela é autora dos blogues Os Amigos do Presidente Lula e Os Amigos do Brasil