Israel admite ter matado "número dois" de Arafat
Passados quase 25 anos sobre a morte de Khalil al-Wazir, mais conhecido por Abu Jihad, na Tunísia, Israel reconheceu, nesta quinta-feira (1°), que foi a sua agência de espionagem, a Mossad, a responsável pelo assassinato.
Publicado 02/11/2012 10:03
Dois dos envolvidos na operação, sublinha o Huffington Post, estão hoje em altos cargos no Governo: o ministro da Defesa, Ehud Barak, e o vice-primeiro-ministro Moshe Yaalon. Barak era então o "número dois" do Exército e Yaalon era o chefe da unidade de elite Sayeret Matkal, que participou na operação junto com a Mossad.
O diário israelita de grande circulação Yediot Ahronot tinha a informação há 12 anos, mas apenas agora foi autorizado pela censura militar do país a divulgá-la.
O jornal publicou agora uma entrevista com o operacional que matou Khalil al-Wazir (a entrevista foi feita antes da sua morte num acidente de mota em 2000). "Atingi-o com uma salva de tiros. Tive cuidado para não ferir a mulher, que tinha aparecido entretanto", disse o comando Nahum Lev nessa entrevista. "Abu Jihad esteve envolvido em acções horríveis contra civis. Disparei sem hesitar."
Abu Jihad, um dos fundadores da Fatah, era visto por Israel como um terrorista e pelos palestinianos como um combatente pela liberdade. A Organização para a Libertação da Palestina (OLP), fundada por Arafat e da qual a Fatah era a facção maioritária, tinha na altura a sua base na Tunísia.
O seu assassínio, em Abril de 1988, foi visto como obra da Mossad, e condenado pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional. Agora esta suspeita é confirmada e são dados alguns detalhes: a operação foi levada a cabo por 26 comandos israelitas, entre eles dois que se aproximaram da fortemente guardada sede da OLP em Tunes disfarçados de casal de turistas, mas levando armas com silenciadores.
Fonte: Público.PT