Eliana Gomes debate desafios para o prefeito eleito de Fortaleza
Passado o segundo turno das eleições municipais em Fortaleza, a vereadora Eliana Gomes (PCdoB) fez pronunciamento na manhã desta terça-feira (30/10), ressaltando as escolhas do PCdoB durante o processo eleitoral e os desafios para o próximo prefeito eleito, Roberto Cláudio (PSB), além de debater as grandes políticas que a cidade deve desenvolver.
Publicado 31/10/2012 11:31 | Editado 04/03/2020 16:29
Eliana ressaltou que a maioria das pessoas em Fortaleza optou pela mudança e pela renovação. “Fortaleza, a partir de agora, pode inaugurar um novo tempo, diferente do que foi construído até agora. Diferente, pois precisa ser mais efetivo, mais eficiente, comunicar-se melhor com a cidade, com os movimentos sociais, com os trabalhadores e trabalhadoras”, ressaltou.
A vereadora também destacou o papel do PCdoB na Câmara Municipal, que deixa como propostas para o próximo comunista a ocupar a cadeira e para o próximo prefeito, após o fim de seu mandato, a defesa dos interesses do povo. “O nosso partido compôs a gestão atual, mas olhou para gestão de maneira crítica, porém, sem tripudiar ou desrespeitar quem quer que seja. Decidimos lançar candidatura majoritária por entendermos essa necessidade e comunicamos tal decisão às forças com as quais nos relacionamos. Disputamos com altivez e fizemos escolhas diante do quadro que se instalou de forma digna e independente”, explicou. Segundo ela, houve, em Fortaleza, uma segmentação na base aliada. Base que, nacionalmente, sustenta o ciclo de desenvolvimento inaugurado com a eleição de Lula da Silva e continuado com Dilma Rousseff. “Alianças não são automáticas e devem ser reflexo do respeito e do debate entre as organizações, assim como devem se representar efetivamente nas gestões. Em Fortaleza, infelizmente, as decisões não foram compartilhadas, nem muito menos debatidas em sua concepção.”, refletiu.
Desafios de Roberto Cláudio
Na sequência, Eliana fez o debate sobre os assuntos mais caros para a administração municipal nos próximos quatro anos, segundo ela, dizendo que o prefeito eleito, o deputado Roberto Cláudio, que contou com o apoio do PCdoB, no segundo turno, precisa “conclamar a unidade popular em torno de um projeto de cidade que atenda, com mais capacidade, as urgências de nossa gente”, pontuou. A parlamentar comunista deixou, finalmente, elementos que podem democratizar o debate sobre a cidade:
Direito à Cidade e Planejamento
“Planejamento urbano, habitação, mobilidade e meio ambiente como expressões do direito à cidade – com atenção à regulamentação do Plano Diretor, a implementação do Iplanfor, a constituição do Conselho Municipal da Cidade e a retomada dos vazios nas Zeis de tipo 1, golpeadas nesta casa no dia 24 de maio de 2012; efetivação do plano municipal de mobilidade urbana – tratando a temática como um direito humano – e da lei que regulamenta a política municipal de habitação de interesse social, que precisa ser aquecida, prioritariamente, com os projetos do Programa Minha Casa, Minha Vida.”
Direitos Humanos
“Política municipal de direitos humanos, com ênfase nas questões da mulher, da juventude, das pessoas com deficiência, da comunidade LGBT e dos demais segmentos, bem como aprofundar o debate municipal sobre democratização da comunicação com o aprofundamento dos avanços da atual gestão. No entanto, estas temáticas precisam ser inscritas na cidade, como forma de fazer com que estas populações, principalmente as mulheres pobres, negras e chefes de família, se tornem sujeitos mais visíveis no contexto urbano. Na medida em que alteramos esta visibilidade, a cidade precisa responder às muitas demandas de uma sociedade diversa e plural com mais políticas públicas inclusivas. Não podemos tratar tais segmentos sociais como guetos encerrados em si mesmos. Precisamos posicioná-los como sujeitos políticos, culturais e sociais que atuam intensamente na dinâmica urbana. Portanto, as políticas municipais de direitos humanos, mulheres e juventude precisam de investimentos pesados e contínuos em serviços públicos diretos, equipamentos de qualidade, programas, projetos e ações que se traduzam, ao longo do tempo, como políticas permanentes. Ainda na temática dos direitos humanos, a próxima gestão não pode se furtar ao debate sobre a criação do Conselho Municipal de Comunicação e a democratização da verba publicitária do município.”
Desenvolvimento tecnológico e econômico
“Fortaleza, pela posição política e geográfica que ocupa na América latina e no Brasil, precisa dialogar com o nordeste, as demais regiões do país e do mundo por meio de seu potencial de comércio, serviços e turismo,mas também pelas possibilidades de se tornar um pólo nacional tecnológico, com atenção à informação, à ciência (em suas mais diversas expressões) e à pesquisa. A cidade que mais gera empregos, no nordeste precisa qualificar tais ocupações e garantir oportunidades diversas, principalmente para a juventude. É urgente que o município realize parcerias institucionais com a comunidade acadêmica, no sentido de valorizar a universidade, produzir e difundir ciência, com vistas à elevação da qualidade de vida do povo.”
Valorização da cultura e das manifestações populares
“Este assunto que foi alvo de muitos debates e boatos durante o período eleitoral precisa ultrapassar á política ainda tímida de editais para convocar o movimento que atua em cultura ao debate em torno de um plano municipal que avance a partir do quadro atual. Embora os editais joguem um importante papel, precisam estar aliados a maiores investimentos que consigam ultrapassar as datas comemorativas da cidade, em especial o carnaval, o pré-carnaval, as festas juninas e o réveillon. Isso significa muito para o nosso povo, a valorização de expressões culturais fundamentais. Fortaleza, como cidade construída, destruída e reconstruída tantas vezes, precisa garantir, por exemplo, a requalificação de suas áreas centrais em conjunto com a preservação de seu patrimônio histórico (material e imaterial). A cidade pode elaborar consórcios culturais entre entidades do movimento cultural, governo do estado e governo federal, promovendo mudanças mais efetivas na cena cultural do município.”
PPA e Orçamento
Por fim, a vereadora Eliana lembrou das responsabilidades da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) no debate sobre o Plano Plurianual (PPA) e o orçamento municipal para o ano de 2013, que estão na pauta do legislativo. “Devemos ter responsabilidade, não apenas com as gestões que terminam ou se iniciam em breve, mas primeiro com o povo fortalezense”, termina Eliana.
Fonte: Assessoria da Vereadora Eliana Gomes (PCdoB)