Enviado da ONU à Síria está na Rússia em busca de acordo
O enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi, está em Moscou, na Rússia, para analisar a crise na Síria, que está prestes a completar 20 meses e na qual estima-se que morreram mais de 33 mil pessoas. Brahimi discute a violação ao cessar-fogo, negociado com o governo e a oposição. Os governos da Rússia, da China e do Irã são os principais aliados do presidente sírio, Bashar Al Assad.
Publicado 29/10/2012 10:23
Brahimi se reunirá com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. Em diálogos anteriores, o chanceler pediu a Brahimi que tente negociar com a oposição síria a renúncia à luta armada e a busca de um acordo com Assad. O porta-voz do ministério, Alexander Lukashevich, informou que ambos discutirão "medidas práticas para a resolução do conflito na Síria".
Para o governo russo, o plano de resolução do conflito deve ser baseado em cessar-fogo permanente para permitir a criação de um governo de transição, que inclua membros do governo e da oposição armada.
As autoridades da Rússia criticaram alguns governos do Ocidente por não pressionar o Conselho de Segurança das Nações Unidas diante da explosão de um carro-bomba pela oposição síria. Os russos acusam integrantes do Ocidente de estimular os confrontos na região.
Violação ao cessar-fogo
A Síria chegou nesta segunda (29) ao último dia do acordo de cessar-fogo, depois de três dias, durante os quais contínuos choques e bombardeios mantiveram latente a violência na crise que o país enfrenta.
O Comando Geral do Exército e as Forças Armadas sírias verificaram grande quantidade de ações que violam o chamado do enviado especial da ONU, aprovado pelo Conselho de Segurança e aceito pelas autoridades locais, para cessar as hostilidades durante a comemoração do Eid al Adha.
O grupo Jabhet al Nasra (Frente Al Nusra), vinculado à Al-Qaeda, que se atribui a maioria dos atentados neste país, chamou a dar continuidade às ações contra o governo, ao mesmo tempo que instou mais mercenários a ir à suposta guerra santa.
Perto do fim do dia de domingo, um carro-bomba explodiu perto do estádio Tishreen, nos arredores da capital, na rua que vai dar nohospital militar, com relatos de vários feridos e danos nos edifícios circundantes, de acordo com uma fonte castrense.
As ações de violência, embora aparentemente tenham cedido, de fato nunca pararam, descreve o jornal Al-Watan Omã, segundo o qual, curiosamente, a oposição armada presenteou os sírios, por ocasião do Eid al-Adha, com atentados e explosões, em vez de conceder-lhes paz e calma, resnehou o periódico.
Os ataques dos grupos não cederam em nenhum momento neste domingo e foram relatados incidentes em várias províncias. Em Harasta, Campo Damasco, por exemplo, foram atacados dois hospitais, da polícia e da al-Bairouni, para pacientes com câncer, com foguetes RPG.
Com agências.