Rússia: Opositores sírios possuem mísseis fabricados nos EUA

O chefe do Estado Maior das Forças Armadas da Rússia, general de Exército Nikolai Makarov, afirmou nesta quarta (24) que os grupos armados sírios contam com sistemas móveis de mísseis antiaéreos de produção estrangeira, inclusive estadunidense.

Makarov declarou nesta quarta-feira (24) a meios russos que o Estado Maior tem informação que grupos irregulares usam complexos como o sistema lançador portátil de míssil Stinger, de produção estadunidense, além de outros armamentos vindos do exterior.

Indicou que a administração do presidente Barack Obama nega que arma a oposição síria, como difundem os jornais desse país, mas temos informação fidedigna de que isso acontece e um exemplo são os mísseis Stinger, sublinhou o general.

A diplomacia russa insiste que o Ocidente corte toda ajuda aos grupos armados na Síria, incluída a militar, para conseguir um cessar fogo, e que as partes do conflito negociem uma saída pacífica.

O chanceler Serguei Lavrov considerou crítica a situação na nação árabe e chamou a comunidade internacional a fazer algo para pôr fim ao banho de sangue.

Ao mesmo tempo, Lavrov afirmou em uma recente entrevista ao jornal Rossiskaya Gazeta que as acusações contra o presidente sírio, Bashar Al-Assad, ocultam um "grande jogo geopolítico", no meio de um processo de transformação do mapa geopolítico do Oriente Médio, e a Síria é um ponto essencial.

Diferentes atores se esforçam para garantir suas posições e não têm só a Síria em suas mentes, mas também o Irã. Falam abertamente que "é necessário privar o Irã de seu aliado mais próximo, neste caso Al-Assad", lamentou o chefe da diplomacia russa.

Ele agregou que, infelizmente, os sócios ocidentais aplicam como regra a lógica do isolamento e as sanções unilaterais, em vez de propiciar condições para o progresso no Oriente Médio, em alusão às medidas de pressão adotadas contra o Irã e a Síria, fora do Conselho de Segurança da ONU.

Só pela via do diálogo se solucionará a crise síria, insistiu o chanceler, ao reiterar a posição da Rússia de promover um cessar fogo e o caminho pela negociação como as únicas soluções alternativas para uma normalização da situação interna.

De acordo com fontes diplomáticas, está programada visita a Moscou, no próximo 29 de outubro, do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi. Brahimi terá reuniões oficiais com o chanceler Lavrov sobre os mecanismos para uma solução diplomática à crise síria, informou a agência estatal russa ITAR-TASS.

Fonte: Prensa Latina