BC quer transparência das taxas pagas pelos clientes aos bancos

Em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (22), o chefe do Departamento de Normas do Banco Central, Sérgio Odilon, explica que o objetivo é ver se há distorções entre os valores das tarifas divulgados pelos bancos e o cobrado de fato. Segundo ele, os pacotes oferecidos pelas instituições dificultaram a avaliação do resultado das mudanças promovidas pelo governo.

Cinco anos depois de padronizar e limitar as tarifas que os bancos podem cobrar, o Banco Central agora está de olho nos valores dos serviços reunidos nos pacotes e disseminados entre os clientes.

Odilon afirma que não é objetivo tabelar ou intervir no mercado. Diz ainda que os clientes precisam tratar os bancos como qualquer outro estabelecimento comercial, reclamando se algo não foi satisfatório e denunciando vendas casadas. Odilon alerta, também, para as ofertas na hora da portabilidade.

Regulamentação das tarifas bancárias

Sérgio Odilon explica que antes de 2007, as regras eram muito pontuais. "Os bancos eram livres para cobrar as tarifas que quisessem. No site do BC havia mais de 80 tarifas. Era algo impossível de comparar, seja pela quantidade ou porque cada banco chamava o mesmo serviço de nomes diferentes. Não havia padronização. Agora, há. E isso não há em nenhum lugar do mundo, somos pioneiros".

Custo Efetivo Total

Ele lembra que os clientes devem buscar junto aos bancos as informações sobre o Custo Efetivo Total (CET) de suas contas. "Os clientes podem e devem cobrar e não esperar que os bancos saiam anunciando, porque isso eles não vão fazer. O que esperamos é que o cliente tenha ciência do instrumental que existe, que é gigantesco e referência no mundo, e use".

"Temos convicção que só por meio da transparência e do estímulo à concorrência é que se pode fazer com que os preços caiam e os serviços sejam mais justamente cobrados. E quem faz esse papel? A norma? Não. A norma é o veículo, quem faz esse papel é o cidadão". afirma Odilon.

Está descartada qualquer intervenção para definição de tarifas?
Essa não é a filosofia que norteia o nosso trabalho. Estamos num sistema de livre iniciativa. Não temos a pretensão de fazê-lo. Não conhecemos o negócio de cada banco. São 2.500 instituições diferentes, e cada uma tem um custo. Não sou eu que vou determinar isso. É o cliente. É devagar? É, ele precisa comparar.

Com informações da Folha