Cresce onda de demissões na França

A empresa de telecomunicações Alcatel-Lucent anunciou nesta quinta-feira (18) a redução de 1.500 postos de trabalho na França, como parte de um extenso programa de reestruturação mundial que tem como objetivo "preservar" suas utilidades.

O consórcio franco-estadunidense reduzirá no total 15% de seus efetivos no país, uma medida considerada pelas organizações sindicais como um severo golpe ao emprego.

"Serão 5.490 postos de trabalhos suprimidos no mundo, contra uns cinco mil anunciados inicialmente, que incluem a Europa, Oriente Médio e África", denunciou Claude Josserand, delegado da Confederação Geral do trabalho.

O líder sindical disse que as perdas de empregos na Europa chegarão a 3 mil, a metade delas na França.

Por sua vez, a Confederação Francesa Democrática do Trabalho assegurou em um comunicado estar surpreendida pelo violento plano de demissões anunciado por esse grupo empresarial.

Segundo a direção da Alcatel-Lucent a reestruturação permitirá poupar cerca de 1,25 bilhões de euros até o final de 2013 para compensar suas recentes perdas no mercado internacional.

Os sindicatos convocaram a uma reunião de urgência com o propósito de analisar as medidas para enfrentar este projeto, que joga sobre os trabalhadores os efeitos da crise e preserva os interesses dos acionistas.

Recentemente a corporação automobilística PSA Peugeot-Citröen e a companhia aérea Air France anunciaram planos similares que deixarão cerca de 13 mil empregados na rua nos próximos três anos.

A eles se somam uns 2 mil que perderam sua colocação como consequência de decisões judiciais que liquidaram várias empresas, como a rede de lojas Surcouf, a fábrica de decodificadores Thomson-Angers e a refinaria de Petit-Couronne.

A taxa de desemprego na França cresce incessantemente há 14 meses e cruzou já a linha simbólica de 10% da população economicamente ativa, o que equivale a mais de três milhões de pessoas desempregadas.

Fonte: Prensa Latina