Copom realiza nesta terça penúltima reunião deste ano
Começa na tarde desta terça-feira (9) mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para avaliar a possibilidade de manter o processo de redução da taxa básica de juros, que caiu de 12,5% para 7,5% de agosto do ano passado até agora.
Publicado 09/10/2012 08:21
Foram nove reduções seguidas, com baixa acumulada de 40% na taxa que remunera os títulos públicos depositados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de parâmetro para os juros de mercado.
A taxa básica de juros, também conhecida como Selic, está no nível mais baixo da história. Isso contribui para que os juros bancários também estejam em queda, embora em ritmo menos intenso. Mas, se depender da expectativa dos analistas financeiros da iniciativa privada, a contínua redução da taxa deverá ser interrompida, principalmente pelo aumento da inflação que, em setembro, avançou 0,57% e acumula 3,77% no ano, com potencial para chegar ao fim de 2012 em 5,42%, de acordo com o boletim Focus divulgado ontem (8) pelo Banco Central (BC).
Selic para 7,25%
De acordo com informações do publicadas nesta terça-feira (9), o Banco Central pode derrubar os juros básicos da economia em mais 0,25 ponto percentual. Caso essa queda se confirme, a Taxa Selic cairia dos atuais 7,50% ao ano para 7,25% — um movimento que também reforçaria a percepção de analistas de que o BC agora tem uma dupla missão: segurar os preços e salvar o Produto Interno Bruto (PIB, soma do que o país produz em um ano).
Para os analistas que mais acertam nas previsões, um grupo chamado de Top 5 pela autoridade monetária, o Comitê de Política Monetária (Copom) não vai hesitar em dar mais um estímulo à atividade econômica, cortando mais um pouco os juros
Em declaração à imprensa, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, deu muito peso ao crescimento do país e à crise internacional. Fez questão ainda de deixar claro que, se a economia “vier a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias”, o BC fará novo corte.
José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator, pondera que os investimentos e a economia não têm reagido como o esperado, mesmo com os incentivos dados até agora pelo Planalto. “Até o momento, os dados deixam dúvidas sobre o crescimento da atividade”, avalia. “As decisões do governo são claramente para reduzir o custo de produção e a inflação, mas preservando, ou tentando, garantir a atividade e o estímulo ao investimento”, argumentou. A aposta dele é de mais um ajuste de 0,25 ponto percentual na Selic.
Nesse cenário de baixo crescimento, são crescentes as chances de um novo ajuste na Selic. O próprio BC aposta em aumento do PIB de apenas 1,6% no ano — muito próximo à previsão de 1,57% do mercado, captada na edição de ontem do Relatório Focus, que reúne semanalmente estimativas de bancos e consultores. “Para o BC, a recuperação da atividade econômica ainda ocorre de forma gradual, mesmo após a massiva injeção de estímulos pelo governo”, observou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco WestLB.
Com informações agências