Presença de mercenários na Síria evidencia ingerência externa

A presença de mercenários e jihadistas na Síria confirma o componente externo da crise e a interferência ocidental nos assuntos da nação.

Após mais de 18 meses de enfrentamentos do Exército Árabe Sírio contra os grupos armados e, apesar das grandes perdas infligidas, eles aparecem como ervas daninhas, difíceis de eliminar, mas que são cortadas reiteradas vezes.

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Já não é um segredo a invasão de elementos mercenários que sofre o país, muitas vezes escondidos atrás do chamado Exército Livre da Síria e, em outros momentos, atuando por sua própria conta, com o apoio dos serviços de inteligência ocidentais, comentam nesta terça-feira os veículos de comunicação locais.

Um dia antes, um painel investigador da ONU confirmou em Genebra, Suíça, que os elementos externos, incluindo os jihadistas islâmicos estão operando em território sírio. O grupo concluiu que muitos mercenáriosse unem os grupos rebeldes locais, enquanto outros agem de forma independente.

Uma fonte consultada pela Prensa Latina, que pediu anonimato, disse que menos de 20 por cento dos membros dos grupos armados são sírios e que, nos últimos 18 meses, entraram no país dezenas de milhares de mercenários e jihadistas de estados árabes e ocidentais .

Pelo menos um terço dos mercenários que atravessaram a fronteira morreu em confrontos com as forças do governo, acrescentou a fonte.

Em Aleppo, os combates resultadam em biaxas da ordem de 30 mil; em Homs, 20 mil; e na cidade de Daraya, ao sul de Damasco, pelo menos, 7 mil, disse a fonte, o que exemplifica os fortes ​​golpes que recebem os irregulares.

A fonte disse que os mercenários de credo islâmico, mas nacionalizados em países ocidentais como o Reino Unido, EUA, França, Espanha e Bélgica, entre outros, marcham até a Síria com a cumplicidade e a vista grossa das autoridades, tal como foi denunciado pelos seus próprios meios de difusão.

Várias semanas atrás, a imprensa do Golfo noticiou as intenções de um grupo da Al-Qaeda,composto por cinco mil soldados, com base no sul do Iêmen, de dirigir-se à Síria, como parte de um acordo apoiado pelos EUA e a Arábia Saudita.

Nas sessões desta segunda-feira no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, várias delegações reiteraram que o aumento do terrorismo no país está fortemente ligado com o apoio do exterior.

Damasco

O comando de bandos armados nos arredores de Damasco foi desarticulado, após vários dias de confrontos e bombardeios, disse uma fonte oficial.

As ações desenvolvidas no último sábado contra redutos armados em Damasco Campo e na periferia da capital, resultaram no desmantelamento das unidades de direção desses grupos, incluindo a morte de alguns de seus chefes.

Segundo fontes residentes na área, nessas localidades, as baixas nas fileiras insurgentes foram de várias centenas.

Um morador, por sua vez, lamentou, em entrevista à televisão, o fato de o edifício onde residia ter sido destruído porque os bandos armados instalaram ali metralhadoras antiaéreas para enfrentar os helicópteros do Exército.

A mesma pessoa narrou que, nas áreas de combate, se empilhavam os cadáveres dos insurgentes, ante a forte batida das forças governamentais, e destacou que, entre cem mortos, 70 eram de procedência estrangeira.

Enquanto isso, em Alepo, forças do governo lutavam com as gangues armadas no Bairro de Bustan al-Qasr e lhes causaram várias baixas. Um dos grupos irregulares dinamitou um edifício de cinco andares na área residencial de al-Jdeida, causando a morte de dois soldados sírios, informou a agência Sana.

Com Prensa Latina