ONU confirma presença de militantes estrangeiros na Síria

Uma equipe de especialistas da ONU confirmou nesta segunda (17) a existência de estrangeiros dentro dos grupos armados de oposição na Síria, que cometem crimes de guerra.

"Existem motivos razoáveis para acreditar que as forças antigovernamentais daquele país perpetram assassinatos, execuções extrajudiciais e tortura", disse Paulo Pinheiro, chefe de um painel internacional independente que investiga a situação na Síria.

Em um diálogo interativo com a Comissão de Direitos Humanos da ONU em Genebra, o especialista também denunciou o uso de crianças com menos de 18 anos de idade por grupos armados de oposição.

"Estas forças não identificam seus membros com uniformes reais ou insígnias para diferenciá-los da população civil", acrescentou.

Crimes realizados por esses elementos, como sequestros, tortura e maus-tratos de soldados do governo capturados, também foram repudiados pela Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay.

Pinheiro também criticou o governo por levar a cabo ataques indiscriminados, como ataques aéreos e bombardeios de artilhariao a áreas residenciais.

Ele também se posicionou contra a aplicação de sanções contra a Síria, por constituirem uma negação dos direitos fundamentais ao povo desse país, onde, segundo a ONU, existem 2,5 milhões de pessoas que necessitam de ajuda humanitária.

O especialista reiterou a necessidade de uma solução política na Síria e ressaltou que não há possibilidade de uma solução militar.

Ele fez um chamado à comunidade internacional para apoiar os esforços do Representante Especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, para por fim à violência e iniciar um diálogo para uma solução duradoura à crise.

"O conflito se espalha para outros países da região e ameaça a estabilidade e a segurança regionais", disse ele.

Fonte: Prensa Latina