Presidenta Dilma conversa com PCdoB sobre economia e eleições
O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, e a líder do Partido na Câmara, deputada Luciana Santos (PE), estiveram em audiência, nesta quarta-feira (12), com a presidenta Dilma Rousseff. Em uma reunião extensa, a presidenta falou sobre as medidas que o governo está adotando para enfrentar a crise econômica e sobre as eleições municipais. Essas reuniões fazem parte dos contatos regulares que a presidenta mantém com os partidos da base aliada.
Publicado 12/09/2012 19:01
Sobre as eleições, ela manifestou preocupação com o desempenho dos partidos da base aliada e disse que, pela divisão dos partidos nos estados, não vai participar da campanha no primeiro turno. No segundo turno, quando a disputa se polariza, ela deve se manifestar mais diretamente para ajudar os partidos da base.
O dirigente comunista disse que, mesmo assim, ela vai ajudar o PCdoB, logo no primeiro turno, com gravações nos programas eleitorais de Vanessa Grazziotin, em Manaus (AM), e de Ângela Albino, em Florianópolis (SC). A presidenta Dilma também fará gravações de apoio ao candidato do PCdoB à Prefeitura de Jundiaí (SP).
Segundo contou Renato Rabelo, ao final da reunião, a presidenta Dilma avalia que a oposição está estagnada, sobretudo nas capitais e cidade médias, o que permite o avanço dos partidos da base aliada.
Redirecionar a economia
A presidenta Dilma se deteve um longo tempo nas explicações sobre as medidas de enfrentamento à crise econômica. De acordo com Renato Rabelo, ela manifestou determinação em seguir a linha adotada de redirecionamento da política macroeconômica, baixando os juros, equilibrando o câmbio e reduzindo os custos da produção para tornar a indústria brasileira mais competitiva.
“Ela adotou uma postura muito otimista e consciente das questões, sabendo definir etapas”, afirmou Rabelo, avaliando como positiva a decisão de tirar do centro da economia os juros. Os juros altos já faziam parte do sistema que tinha como lógica que todo empresário dividisse parte do lucro para produção e parte para especulação, disse Rabelo.
Com a queda dos juros há uma mudança radical do sistema, o que leva os empresários e os banqueiros a deslocarem os lucros para o investimento. Ele admite que esse primeiro momento, de acomodação, é difícil, mas fará com que os empresários procurem investimentos produtivos e comerciais; e os banqueiros levem em conta o crédito.
Eixo racional e produtivo
Para Renato Rabelo, essa reacomodação vai levar a economia para o eixo racional e produtivo, defendendo uma queda ainda maior dos juros. “Ainda precisa cair mais”, disse, destacando que a presidenta Dilma está decidida a aprofundar mais as mudanças na macroeconomia.
Ela falou sobre a decisão de baixar os custos para favorecer a indústria, por isso a preocupação em reduzir a tarifa da energia elétrica, disse Renato Rabelo, lembrando que “se não baixasse os juros e equilibrasse o câmbio, a indústria estava ameaçada de sucateamento”.
E explica como a redução de juros ajuda no equilíbrio do câmbio: no caso do câmbio, reduzindo os juros, diminui o dinheiro que vinha para especulação e inflava o real. Com a desvalorização do real, nos tornamos mais competitivos.
Outro aspecto abordado na reunião foi o da construção de infraestrutura, o que permitirá também a diminuição dos custos e favorece a competitividade da indústria brasileira. Renato Rabelo disse que a presidenta detalhou os planos de construção e recuperação de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. E enfatizou a retomada da construção da rede ferroviária com a criação de uma estatal para cuidar do setor.
De Brasília,
Márcia Xavier