Duros combates ocorrem nesta sexta-feira na Síria

As forças do Exército Árabe Sírio prosseguem nesta sexta-feira (27) a ofensiva contra os bandos armados com previsões de decisivos enfrentamentos na cidade de Alepo, onde os bandos tentam consolidar posições.

Na véspera o fogo de metralhadoras e disparos isolados de artilharia eram ouvidos ao cair da noite nos arredores da capital, quando as forças da ordem restauravam a segurança em Altheabieh, na região de Saida Zeinab, localizada na zona rural de Damasco.

Com a entrada de elementos do exército na região, algumas famílias regressam a seus lares, depois de jornadas que, segundo Youssef Shammari, um morador do bairro, os terroristas bloqueavam as ruas, aterrorizavam as pessoas com armas e semeavam o pânico.

Por sua vez, Abu Mohamed, que vive perto da mesquita do Conjunto Abbas, contou que os terroristas roubaram os equipamentos médicos do hospital de Jomeini e colocaram corpos na mesquita.

Também algumas fontes consultadas pela agência Prensa Latina indicavam que as autoridades perseguiam em Dareya os grupos que atacaram bairros de Damasco na última semana.

Por outro lado, algumas fontes indicam que a cidade de Alepo, a 350 quilômetros ao norte da capital, a segunda do país e seu coração econômico, se preparava para uma anunciada guerra sem quartel entre grupos mercenários terroristas e forças do Exército Árabe Sirio.

Na quinta-feira (26), forças governamentais golpearam redutos armados e perseguiram os bandos em bairros como Salahedin, onde lhes causaram várias baixas e tomaram armamentos.

Enquanto isso, algumas fontes consideravam iminente uma ofensiva governamental contra numerosos grupos armados que penetraram na cidade procedentes da Turquia, Líbano e Iraque, com a finalidade de criar uma cabeça de ponte na região.

O chamado Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, prossegue a difusão de mensagens sobre “vitórias” dos bandos armados, embora em algumas capitais ocidentais os apoiadores desses grupos manifestam pesar pela derrota em Damasco.

Segundo o dito observatório, em Salahedin, cerca de dois mil mercenários armados estavam prontos para enfrentar as forças governamentais, que foram acusadas de se preparar para o ataque com uma centena de tanques, helicópteros e artilharia, algo que não se pôde verificar.

Enquanto isso, o subsecretário-geral da ONU para as Operações de Paz, Herve Ladsous, disse na quinta-feira (26) que o objetivo da missão de observadores na Síria é contribuir para deter a violência e, igualmente, contribuir ao processo político representado pelo plano de seis pontos de Kofi Annan, enviado especial do organismo internacional e da Liga Árabe para a crise na Síria.

Dilma reafirma confiança em solução pacífica

 Em meio ao agravamento da crise na Síria, a presidenta Dilma Rousseff reiterou nesta sexta (27) sua confiança em uma solução negociada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Dilma admitiu que a “solução não será simples”, mas ratificou o apoio às articulações conduzidas pelo conselho e o enviado especial da ONU e Liga Árabe à Síria, Kofi Annan.

“Achamos que não tem uma solução simples, mas todos os representantes de segurança das Nações Unidas têm a disposição de buscar a paz na Síria”, disse Dilma, antes de almoçar com atletas brasileiros, em Londres. “Acredito na paz por meio de negociações”, acrescentou ela, ao informar que a adoção de sanções, defendida por parte dos europeus e norte-americanos, não está no momento em discussão.

Fonte: Prensa Latina e Agência Brasil